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Kiss: ex-patrão diz que vida de vocalista ‘mudou completamente’

Pedrinho Bortoluzzi compareceu como testemunha de defesa e elogiou ex-funcionário, afirmando que o réu 'sofre' com a tragédia

Cidades|Fabiola Perez, do R7, em Porto Alegre (RS)

Pedrinho Bortoluzzi, ex-patrão do vocalista da banda do caso Kiss
Pedrinho Bortoluzzi, ex-patrão do vocalista da banda do caso Kiss

Em um depoimento mais objetivo e calmo do que os anteriores, Pedrinho Antônio Bortoluzzi, ex-chefe de Marcelo Jesus dos Santos, disse, nesta sexta-feira (3), que a vida do vocalista que segurou o sinalizador que deu início ao incêndio na boate Kiss “mudou completamente” depois da tragédia.

“Depois do evento, ele é uma pessoa que sofre com isso. Ele vivia brincando. Esse lado da vida dele mudou. Ele tem consciência disso”, afirmou Bortoluzzi. “Ele jamais teria acendido aquele fogo se soubesse o que poderia acontecer. Ele pode ter cometido outro tipo de erro, mas, definitivamente, não é o perfil do Marcelo”, disse.

Bortoluzzi foi a terceira testemunha a depor nesta sexta-feira, o terceiro dia de julgamento. Antes dele, foram interrogados Daniel Rodrigues da Silva, proprietário de uma empresa de artefatos pirotécnicos, e Gianderson Machado da Silva, funcionário de uma companhia de manutenção de extintores que prestava serviço para a casa noturna.

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O ex-chefe de Marcelo o contratou para prestar serviço em obras e disse que não conhecia os demais réus acusados de responsáveis pelo incêndio.


Marcelo começou a prestar serviço para Bortoluzzi em 2011. “Nesses dez anos, de abril de 2011 até abril deste ano, ele trabalhou comigo 53 meses. Sempre correto, calmo, tranquilo. Eventualmente, ele me pedia autorização para sair mais cedo para fazer shows”, disse ao juiz Orlando Faccini Neto.

Segundo a advogada de Marcelo, Pedrinho é uma testemunha abonatória, ou seja, foi chamado pela defesa do réu para depor sobre o comportamento dele. “Depois da Kiss, as pessoas não davam mais trabalho para o Marcelo. São [ele e o pai] pessoas pobres, pessoas simples”, disse Bortoluzzi.


O ex-chefe que o contratou para realizar obras disse que ele trabalhava como pedreiro. “Antecipei a contratação para a atividade de pedreiro e reboco. Ele sempre usou equipamento de segurança. As pessoas que trabalhavam com ele também usavam. Nunca precisei chamar a atenção dele.” Bortoluzzi relatou que Marcelo recebia salário de cerca de R$ 2,2 mil.

Para o ex-chefe, Marcelo era um funcionário cuidadoso. “Nessa atividade, tem que ter um ângulo certo para trabalhar, isso sempre aconteceu. Como ele e o pai estavam com dificuldade extrema de conseguir trabalho, eu contratei.” Bortoluzzi disse ainda que Marcelo chegou a ser diagnosticado com Covid-19. “Ele precisou ir para a UTI."

Segundo Bortoluzzi, "Marcelo ocupou o lugar da mãe dele na UTI”. Depois da tragédia na boate, Marcelo teria começado a relatar ao antigo chefe problemas nos olhos. “Ele me informou sobre isso e começou a me pedir para ir às consultas. Ele me falou inclusive que a situação teria se agravado”, disse o depoente. “Marcelo é uma pessoa que eu contrataria sempre, disciplinado, assíduo, responsável, respeitoso”, afirmou sobre o réu.

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