Lazer ultrapassa visita a familiares como principal motivo de viagem no Brasil, aponta IBGE

Pela segunda vez consecutiva, o lazer se consolidou como o principal motivo das viagens realizadas no Brasil. Em 2024, 39,8% dos deslocamentos foram feitos para atividades de lazer, superando as viagens para visitar parentes ou participar de eventos familiares, que representaram 32,2%.

Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua – Turismo, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (2).

A tendência marca uma mudança no comportamento dos viajantes brasileiros. Em 2020, por exemplo, as visitas a familiares tinham maior peso, somando 38,6% das viagens, contra 32,8% motivadas por lazer.

O equilíbrio se manteve em 2021, mas desde 2023 o lazer assumiu a liderança.

Outro destaque é a busca crescente por experiências culturais e gastronômicas, que passaram de 15,5% das viagens de lazer em 2020 para 24,4% em 2024.

Já o turismo de sol e praia, embora ainda seja o mais popular, caiu de 55,5% para 44,6% no mesmo período. Viagens relacionadas à natureza, ecoturismo ou aventura representaram 21,7% em 2024.

O levantamento mostra ainda diferenças regionais. No Sul e no Nordeste, o lazer cultural e gastronômico tem mais força, enquanto no Centro-Oeste prevalece o ecoturismo e, no Sudeste e Sul, as viagens a lazer ligadas a sol e praia continuam sendo maioria.

Destinos e transporte

O Sudeste concentrou tanto a origem (43,9%) quanto o destino (41,2%) das viagens. O Nordeste foi o segundo principal destino (27,4%), seguido pelo Sul (17,6%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (6,3%).

As viagens internacionais cresceram 11,1% em 2024, alcançando 688 mil deslocamentos.

Quanto ao transporte, os carros particulares seguiram como principal meio (50,7%). As viagens de avião ganharam espaço e representaram 14,7% do total, enquanto as de ônibus de linha caíram para 11,9%.

Gastos médios

O gasto médio por viagem nacional com pernoite foi de R$ 1.843, alta de 8% em relação a 2023. O maior gasto médio foi registrado no Centro-Oeste (R$ 2.182), puxado pelo Distrito Federal (R$ 3.090). Já o menor foi no Nordeste (R$ 1.206), apesar de a região ter sido o segundo maior destino.

Segundo a pesquisa, famílias com menos de meio salário mínimo gastaram, em média, R$ 864 por viagem, enquanto as de renda superior a quatro salários mínimos desembolsaram R$ 2.860 – 3,8 vezes mais.

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