Maioria dos trabalhadores por aplicativo atua por conta própria e sem registro, mostra IBGE
Pesquisa revela alta informalidade e baixa contribuição previdenciária entre motoristas e entregadores no país
Cidades|Do R7, em Brasília

A PNAD Contínua 2024, divulgada pelo IBGE, mostra que o trabalho por aplicativo no Brasil tem rosto de autônomo e realidade informal. De acordo com o levantamento, 86,1% dos trabalhadores plataformizados atuam por conta própria, enquanto 7,1% são empregados e 6,1% se declaram empregadores.
Entre os assalariados, a maioria não conta com registro em carteira — 3,9% sem carteira contra 3,2% com carteira assinada.


A pesquisa indica um contraste marcante com o setor privado em geral, onde 43,1% dos ocupados têm carteira de trabalho e 28,1% exercem atividades por conta própria.
O IBGE aponta que o modelo adotado pelas plataformas digitais não prevê vínculos diretos com os prestadores de serviço, embora exista dependência econômica evidente entre os profissionais e as empresas de aplicativo.
Informalidade domina o setor
O estudo revela alta informalidade entre motoristas, entregadores e prestadores de serviços digitais. Em 2024, 71,1% dos trabalhadores plataformizados estavam fora do sistema formal, enquanto entre os não plataformizados o índice chegou a 43,8%.
O cenário é mais crítico no Nordeste (87,7%) e no Norte (84,9%), e mais controlado no Centro-Oeste (61%).
A informalidade reflete-se também na ausência de contribuição previdenciária. Apenas 35,9% dos trabalhadores por aplicativo contribuem para o INSS, número distante dos 61,9% observados entre os ocupados em outros tipos de atividade.
O quadro se agrava na Região Norte, onde só 15,4% contribuem, enquanto no Sul o índice supera 50%.
O contingente de trabalhadores por aplicativo chegou a 1,7 milhão no terceiro trimestre de 2024, um aumento de 25,4% em relação a 2022. O grupo representa 1,9% da população ocupada no setor privado.
A maior parte atua com transporte de passageiros (53,1%) e entregas (29,3%), seguidos por serviços gerais (17,8%) e aplicativos de táxi (13,8%).
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