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Mais pessoas podem ser responsabilizadas pelos ataques em Aracruz, diz governador do ES

Jovem de 16 anos nega o envolvimento de outros na ação; polícia busca possível vínculo com grupo nazista em celular e computador

Cidades|Rodrigo Schereder, da Record TV

Imagem de câmera de segurança mostra o atirador correndo em uma das escolas
Imagem de câmera de segurança mostra o atirador correndo em uma das escolas Imagem de câmera de segurança mostra o atirador correndo em uma das escolas

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse, neste domingo (27), que existe a possibilidade de mais pessoas serem responsabilizadas pelo atentado da última sexta-feira (25) a duas escolas em Aracruz, que terminou com a morte de três professoras e de uma estudante e deixou 18 feridos. "A investigação vai dizer como ele [o jovem que atirou nas vítimas], com 16 anos, tinha tanta habilidade com armas, como ele conseguiu carregar, recarregar", afirmou.

Ele contou que os interrogatórios, que são o primeiro passo na apuração do caso, já foram feitos, e o adolescente de 16 anos negou a participação de outras pessoas, dizendo ter agido sozinho.

"Isso não é suficiente para a polícia, que vai fazer toda a investigação técnica. Hoje nós já temos acesso ao telefone e aos computadores dele, além do interrogatório. É o processo que vai mostrar se ele tinha vínculo com algum grupo de fora, neonazista ou fascista. O que está bem claro é que ele sabia manusear muito bem as armas e que planejou a sua ação", comentou o governador.

Casagrande disse que ainda não é possível afirmar se o pai do jovem, que é policial militar, será responsabilizado pelo atentado. "Por mais que a gente queira identificar tudo rapidamente, a investigação é que vai dizer se há mais responsáveis, se o uso da arma teve alguma responsabilidade do policial, que, naturalmente, estava com sua arma em casa", explicou.

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Ele completou a afirmação dizendo que todo mundo sabe que quem tem uma arma precisa tomar muito cuidado para que um menor de idade não a use. "A Polícia Militar está em processo de investigação, mas é a Polícia Civil que vai ver se teve, de fato, cumplicidade de alguém."

O menor vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a dez tentativas de homicídio qualificadas. "Ele pode ficar preso, mas vai depender da avaliação psicológica e da avaliação de um psiquiatra também, das condições dele", disse o governador.

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"Nós temos uma legislação federal que tem que ser cumprida. Manter esse adolescente internado e, depois dos 18 anos, privado de sua liberdade é o que o estado tem de fazer para proteger a sociedade."

Qualificando o atentado como uma tragédia, Casagrande diz que o momento é de tristeza. "Ele nos leva a refletir sobre o ambiente coletivo que a gente está vivendo, de violência, que exige que a gente trabalhe uma cultura de paz. Se for possível tirar alguma coisa de positivo de uma tragédia como essa, é importante que a gente possa aproveitar para debater que sociedade nós desejamos pro nosso país: se uma que vai ter acesso às armas, qualquer que seja o calibre, ou se é a que vai, de fato, cultivar a paz e, de forma coletiva, construir uma sociedade harmoniosa."

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Entenda o caso

Um adolescente armado invadiu duas escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, na manhã da sexta-feira (25), por volta das 10h, e atirou contra estudantes e professores. Três pessoas morreram no local, duas professoras e uma estudante de 12 anos, e vários feridos foram encaminhados a hospitais da região, alguns em estado gravíssimo. 

De acordo com informações do capitão Alexandre, do 5º Batalhão da Polícia Militar, o atentado foi cometido por um jovem de 16 anos que estuda no período da tarde no colégio Primo Bitti. "Ele teria entrado na escola, na sala dos professores, com uma pistola e vários carregadores e efetuado vários disparos, que atingiram seis pessoas no colégio. Dois óbitos foram confirmados no local."

Ele invadiu, além da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti, o Centro Educacional Praia de Coqueiral, antes conhecida como Centro Darwin. Foram usadas duas armas, uma pistola .40, da Polícia Militar, e um revólver 38, arma particular do pai do jovem, que é policial.

O adolescente confessou o crime. No momento do ataque, ele usava roupa camuflada, uma máscara de caveira e um bracelete com uma suástica, símbolo nazista.

Essa é a terceira ocorrência em escolas do Espírito Santo neste ano. Nas outras duas, a polícia foi chamada e conseguiu impedir os jovens de executarem os ataques planejados.

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