Menos casa própria e mais aluguel: pesquisa mostra mudanças na moradia no Brasil
Quantidade de domicílios próprios caiu para 62,3%, e aluguel subiu para 22,4%, diz Pnad Contínua
Cidades|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília
Entre 2016 e 2023, o Brasil registrou queda no percentual de pessoas vivendo em casas próprias e aumento na quantidade de famílias morando de aluguel. Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) - Características gerais dos domicílios e dos moradores 2023.
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Segundo o levantamento, em 2023, o país tinha 77,7 milhões de domicílios particulares permanentes (casas, apartamentos, cortiços ou outros). Desse total, 48,4 milhões (62,3%) eram próprios já pagos, 4,7 milhões (6%) próprios ainda sendo pagos, 14,4 milhões (22,4%) alugados e 7 milhões (9%) cedidos.
Entre os domicílios próprios, a maioria é de casas (84,6% ou 65,7 milhões), mas os apartamentos apresentaram o maior aumento entre 2016 e 2023, chegando a um crescimento de 27,5% (passou de 9,2 milhões para 11,8 milhões).
Ao longo dos anos, os domicílios pagos caíram de 66,7% (2016) para 64,8% (2019), indo para 63,8% (2022) e chegando a 62,3% (2023). Hoje, eles são quase 48,4 milhões.
Os domicílios alugados aumentaram de 18,5% (2016) a 19,3% (2019). Em números absolutos, eles aumentaram 3,7 milhões entre 2019 e 2023 (de 13,7 milhões para 17,4 milhões), sendo que 46,3% desse crescimento aconteceu entre 2022 e 2023.
Para o professor de contabilidade da UnB (Universidade de Brasília) Marilson Dantas, a maioria de domicílios pagos mostra uma consolidação de residências, mas o aumento nos aluguéis pode apontar desconfiança com a economia, que segundo ele “não está em vigor suficiente para as pessoas fazerem planos a longo prazo”.
As regiões Norte e Nordeste têm as maiores quantidades de domicílios próprios já pagos, com 70,4% e 70,1%, respectivamente. A região Centro-Oeste tem a maior proporção de domicílios alugados (29,6%) e cedidos (11%).
Distribuição da população
Quase metade da população do Brasil estava concentrada na região Sudeste (42,1%) em 2023, enquanto o Centro-Oeste teve a menor concentração (7,9%).
Apesar da menor quantidade de pessoas, a região central do país teve o dobro do crescimento das outras, chegando a 15,7%, seguida do Norte, que cresceu 15,6%.