Casa de família alaga pela 2ª vez no RS: ‘Coração não vai aguentar abrir a porta e ver tudo de novo’
Mais de 615 mil pessoas estão fora de casa desde o fim de abril, quando as chuvas causaram alagamentos no Rio Grande do Sul
Cidades|Bruna Lima, enviada especial do R7 ao Rio Grande do Sul
Um casal desabrigado por causa das chuvas no Rio Grande do Sul revelou ao R7 que não foi a primeira vez que teve a casa alagada. “No ano passado, a chuva não era tão intensa, mas entrou em casa até a altura de um metro”, afirmou o marido, João Roberto de Goes. “Acho que meu coração não vai aguentar abrir a porta e ver tudo de novo. Não é a primeira vez”, disse a esposa, Clarice de Goes (veja o relato no vídeo acima).
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“Eu queria ver minha casa em pé, e queria ver meu cachorrinho, o Bob”, relatou ela. O cachorro ficou para trás quando o casal teve que sair às pressas por causa da enchente que veio com mais força neste ano. Até esta sexta-feira (17), eles não puderam retornar para casa. A região continua alagada.
Mais de 615 mil pessoas estão fora de casa desde o fim de abril, quando as chuvas causaram alagamentos em diversas cidades do Rio Grande do Sul. Cerca de 77,1 mil pessoas estão em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 458 registraram danos nas últimas semanas. Na região metropolitana de Porto Alegre, o nível do lago Guaíba começou a baixar lentamente na última quarta (15). Em todo o estado, foram resgatadas mais de 76 mil pessoas e quase 12 mil animais.
De acordo com a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), até as 14h dessa quinta (16), houve danos em 106,5 mil moradias. Os prejuízos financeiros chegam a R$ 9,5 bilhões. A entidade reforça que os dados são parciais e que as gestões enfrentam dificuldades de atualizar os sistemas informativos em tempo real.
Com o escoamento da água em grande parte das cidades afetadas, as prefeituras registraram aumento do número de moradores que retornaram para casa. De acordo com o monitoramento da Confederação Nacional de Municípios, 10 mil pessoas retornaram aos seus lares.
Apesar disso, a Defesa Civil continua pedindo para que as pessoas não retornem para as regiões atingidas. Segundo o último balanço, há 538 mil moradores desalojados, e 76 mil seguem em abrigos. Ao todo, mais de 2,1 milhões de pessoas foram atingidas diretamente pela catástrofe climática.