Logo R7.com
RecordPlus
Notícias R7 – Brasil, mundo, saúde, política, empregos e mais

O que é a ‘pegada suicida’, exercício com supino que matou homem em academia

Vítima estava com uma carga entre 70 kg e 80 kg quando aconteceu o acidente, o que ‘não é um peso para iniciante’

Cidades|Do Estadão Conteúdo

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um homem de 55 anos morreu durante o exercício conhecido como "pegada suicida" em uma academia em Olinda, Pernambuco.
  • Ronald Josué Salvador Montenegro estava com uma carga de 70 a 80 kg e não tinha suporte profissional durante a atividade.
  • A pegada falsa utilizada por Ronald aumentou o risco de acidentes, sendo recomendada apenas para pessoas altamente treinadas.
  • A segurança no supino depende de técnica adequada, supervisão profissional e progressão consciente da carga a ser levantada.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Chamada de “pegada suicida”, o exercício que matou um homem de 55 anos em uma academia de Olinda, em Pernambuco, exige técnica e suporte profissional. Ronald José Salvador Montenegro estava fazendo a atividade quando a barra escapou de suas mãos e atingiu seu tórax. Imagens de câmeras da academia registraram o momento do acidente.

“Ele usou a pegada falsa. O próprio nome mostra que é muito perigoso. Essa pegada é desencorajada para o público em geral e utilizada por pessoas altamente treinadas. Em algumas abordagens essa pegada tem o nome esdrúxulo de ‘pegada suicida’”, explica o professor Junior Jocas, membro da diretoria do Confef (Conselho Federal de Educação Física), em entrevista ao Estadão.


No vídeo, é possível ver que o homem estava com o polegar na parte traseira da barra, com outros dedos, permitindo que o equipamento escapasse para a frente.

De acordo com Jocas, a forma como o homem segurou a barra foi inadequada pelo risco que representa. “Quando a gente trata do supino reto é recomendada a pegada fechada, em arco, onde o polegar fica ativo”, afirma.


Outro problema apontado pelo professor é a ausência de orientação e suporte profissional no momento da execução do exercício. “O suporte pode até ser feito por um colega de treino na hora de ajudar com a barra, mas a orientação tem que ser com um profissional de Educação Física”, disse Jocas.

Segundo ele, acidentes como o que aconteceu com Ronald, mas em menor gravidade, são rotineiros em academias. “Claro que pela tragédia de chegar a óbito, esse caso teve muito mais evidência, mas é um acidente muito comum. O supino reto é um aparelho que precisa de cuidado e supervisão constante”, afirmou.


Pela experiência, o professor disse que o homem estava com uma carga entre 70 kg e 80 kg quando aconteceu o acidente. “Isso não é um peso para iniciante, que não conseguiria nem tirar a barra do rack”, indicou. “Questões técnicas e de segurança devem ser sempre consideradas, independentemente de ser amador ou avançado”, apontou.

Na avaliação de Jocas, o uso de acessórios, como luvas, não teria evitado a tragédia. “A luva não iria fazer muita diferença. Eu acho que não iria resolver. A pegada e a supervisão do movimento são os dois pontos principais”, disse.


Dicas de segurança

A segurança no supino começa pela pegada, segundo o professor. A forma como as mãos se posicionam na barra define estabilidade, eficiência e prevenção de acidentes.

Veja, abaixo, cinco dias passadas por Junior Jocas:

- Largura da pegada: deve ser ligeiramente maior que a distância dos ombros, permitindo que os antebraços permaneçam verticais na descida da barra. Esse alinhamento reduz torque no ombro e evita trajetórias inseguras;

- Posição dos punhos: devem estar neutros e alinhados ao antebraço. Punho dobrado compromete o controle e aumenta o risco de queda da barra;

- Pegada recomendada: deve ser fechada com o polegar envolvendo toda a barra. A chamada pegada falsa ou “thumbless” eleva significativamente o risco de acidentes e não é recomendada ao público geral;

- Trajetória segura da barra: descer com controle, mantendo a barra alinhada ao peitoral médio e evitando proximidade com o pescoço;

- Segurança como princípio: técnica adequada, supervisão profissional e progressão consciente de carga são pilares essenciais para uma prática segura.

Search Box

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.