Rio, BH, Brasília e mais duas capitais devem bater novos recordes de temperatura até quinta
Quinze estados estão em alerta vermelho de 'grande perigo'; chuvas devem amenizar a temperatura no fim de semana
Cidades|Do R7
Nesta semana, pelo menos cinco capitais devem alcançar o recorde de temperatura máxima do ano no Brasil, de acordo com informações do Climatempo. Teresina (PI), Brasília (DF), Campo Grande (MT), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) devem renovar as máximas até quinta-feira (16).
Os termômetros devem atingir a marca de 43ºC, com registros de até 11ºC acima da média em cidades localizadas no Centro-Oeste.
É a quarta vez só no segundo semestre do ano que o Brasil enfrenta uma onda de calor. Segundo os meteorologistas ouvidos pelo R7, o calor esperado para novembro será ainda mais intenso do que o registrado em agosto, setembro e outubro.
Nesta segunda-feira (13), São Paulo (SP) registrou, pelo segundo dia seguido, a maior temperatura do ano, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas). A capital paulista teve média foi de 37,8°C, e a previsão é que novos recordes ocorram durante a semana.
Alerta vermelho
No início desta semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou um novo alerta de "grande perigo" para 15 estados e o Distrito Federal.
Destes,as cidades de Teresina (PI), Brasília (DF), Campo Grande (MT), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) devem bater recordes de temperatura máxima entre esta terça (14) e quinta-feira (16), de acordo com o Climatempo. Confira:
Teresina (PI) — máxima de 40ºC nesta terça-feira (14)
Brasília (DF) — máxima de 34ºC nesta terça-feira (14)
Campo Grande (MT) — máxima de 40ºC na quinta-feira (16)
Belo Horizonte (MG) — máxima de 38ºC nesta terça-feira (14)
Rio de Janeiro (RJ) — máxima de 41ºC nesta terça-feira (14)
Estão em alerta vermelho os seguintes estados, além do Distrito Federal: Amazonas, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiânia, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Maranhão.
Sensação térmica
A sensação térmica no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, chegou a 58,5°C. O registro foi às 9h15, no bairro de Guaratiba, na zona oeste da cidade. A temperatura, em plena manhã, foi de 35,5°C, no mesmo bairro e horário.
A meteorologista Maria Clara Sassaki explica que a sensação térmica não é um valor medido, mas uma estimativa calculada com base em valores de temperatura real, velocidade do vento e umidade relativa do ar.
"Se a temperatura está alta, os ventos, calmos, e a umidade, alta, a tendência é que a sensação seja maior que a temperatura real. Se os ventos estiverem calmos, e a umidade, baixa, a sensação é igual à temperatura real", explicou a especialista.
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Chuvas por região
A onda de calor deve ser amenizada no fim de semana, com chuvas nas regiões mais próximas do sul do país. De acordo com informações do Inmet, as precipitações podem aparecer em forma de pancadas ou moderada em algumas regiões do Brasil; em outras, podem nem ocorrer. Confira:
Região Norte
São previstas chuvas em forma de pancadas, durante a semana no Acre e no oeste e no sul do Amazonas. Com menores acumulados em áreas pontuais de Rondônia, Pará e Tocantins devido ao calor e alta umidade. Nas demais áreas, haverá predomínio de tempo seco e sem chuvas.
Região Nordeste
A previsão é de tempo seco e sem chuva, além de baixos valores de umidade relativa, principalmente na parte norte e leste da região. No entanto, não se descartam pancadas de chuvas isoladas no Maranhão, Piauí, oeste da Bahia, além do litoral baiano.
Região Centro-Oeste
Em algumas áreas, são previstas chuvas passageiras, principalmente no fim da tarde.
Região Sudeste
A partir de sexta-feira (17), a previsão é de chuvas em áreas de São Paulo, Rio de Janeiro e triângulo mineiro.
Região Sul
A passagem de uma frente fria pela região Sul poderá provocar chuvas expressivas, que podem vir acompanhadas de raios, de rajadas de vento e da ocorrência pontual de queda de granizo.
Chuvas intensas no Sul
De acordo com a meteorologista do Climatempo, a chuva intensa na região Sul do país é explicada por uma alta pressão que bloqueia a passagem de frente fria ou áreas de instabilidades para outras regiões.
"Tem uma alta pressão no interior que serve como se fosse uma barreira de ventos", explica Maria Clara. "Então, quando uma frente fria ou uma área de instabilidade tenta avançar, encontra essa barreira e não consegue."
Quais as causas da onda de calor?
A meteorologista Deise Moraes, do Inmet, afirma que alguns fatores explicam o calor excessivo e fora de época, como o El Niño (o aquecimento acima da média das águas do oceano Pacífico equatorial) e o aumento da temperatura global da superfície terrestre e dos oceanos.
"As ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos que inibem a formação de chuvas e o avanço dos sistemas frontais. Com isso, há a incidência de raios solares mais intensos", acrescenta Moraes.
O El Niño dificulta, ainda, a formação de corredores de umidade e afeta a circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, o que ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil, com chuvas que ocorrem de forma mais isolada.
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