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Operação resgata sete paraguaios em condição de escravidão em fazenda de Bela Vista (MS)

Trabalhadores dormiam em barraco de lona e não tinham acesso a água potável, alimentação, energia elétrica, banheiro ou chuveiro

Cidades|Do R7

Trabalhadores se alojavam em um barraco com condições degradantes
Trabalhadores se alojavam em um barraco com condições degradantes

Uma operação de órgãos trabalhistas e da Polícia Militar Ambiental resgatou, na última quarta-feira (16), sete trabalhadores paraguaios em condições análogas às de escravidão em uma fazenda em Bela Vista (MS), município localizado na fronteira com o Paraguai.

Naturais da cidade de Bella Vista Norte, eles estavam expostos a diversas irregularidades: dormiam em um barraco de lona e não tinham acesso a água potável, alimentação, energia elétrica, banheiros ou chuveiros.

Os resgatados trabalhavam de segunda a sábado na função de cerqueiros (erguendo postes e cercas), recebendo R$ 80 por dia de trabalho.

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Sem receberem alimentação por parte do proprietário da fazenda, os paraguaios eram obrigados, para sobreviver, a caçar animais, preparando os pratos no barraco onde dormiam. Sem banheiro, eles faziam as necessidades no mato e usavam um balde para tomar banho.


Segundo os relatos colhidos pelos agentes da operação, eles foram recrutados no Paraguai por uma pessoa contratada pelo gerente da fazenda. Esse homem, um brasileiro, era o responsável por pagar as diárias dos paraguaios em espécie, sem emitir recibos. No último dia 12, o gerente da fazendo dispensou dois dos sete trabalhadores, alegando a necessidade de reduzir a equipe, mas não pagou as verbas rescisórias.

De acordo com o MPT, flagrantes de trabalho escravo são comuns nessa região de Mato Grosso do Sul devido à desigualdade dos municípios. O órgão ressaltou que metade das 12 operações realizadas no estado entre 2020 e 2021 ocorreu em cidades da região.


Em audiência administrativa na quarta-feira, ficou estabelecido que os empregadores deverão pagar as verbas rescisórias aos paraguaios até a próxima sexta (25).

No prazo de um mês, o empregador deverá formalizar o vínculo de emprego dos sete trabalhadores, além de fornecer alojamento adequado, com condições saudáveis e seguras de trabalho.


A operação conjunta contou com a participação do MPT-MS (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul), da Fiscalização do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego, e da Polícia Militar Ambiental.

Como denunciar e identificar casos de escravidão

A denúncia de um caso de trabalho escravo pode ser realizada pelo Disque 100. A notificação do Ministério Público do Trabalho pode ser feita pelo MPT Pardal, aplicativo disponível nos sistemas Android e iOS. A Detrae, divisão do governo federal, recebe denúncias por meio deste link.

O trabalho análogo à escravidão moderna pode ser identificado por qualquer pessoa. Ele tem as seguintes características:

- trabalho forçado (indivíduo submetido a exploração, sem poder deixar o local por causa de dívidas ou ameaças);

- jornada exaustiva (horas diárias ou dias por semana desgastantes, que põem em risco a saúde);

- servidão por dívida (trabalho para pagar dívidas ilegais que "prendem" o trabalhador à atividade);

- condições degradantes (elementos que indicam a precariedade do trabalho: alojamento insalubre, alimentação de baixa qualidade, maus-tratos, ausência de assistência médica, saneamento básico e água potável).

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