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PCC também lucrava com atividade usada para lavar dinheiro, diz secretário do Piauí

Segundo Chico Lucas, facção usava fundos de investimento sediados na Faria Lima para controlar postos e distribuidoras no PI, MA e TO

Cidades|Do Estadão Conteúdo

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Operação Carbono Oculto 86 revelou ligação entre o PCC e o setor de combustíveis no Norte e Nordeste do Brasil.
  • A facção utilizava fundos de investimento para controlar postos de combustíveis no Piauí, Maranhão e Tocantins.
  • O esquema incluía lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, resultando no bloqueio de R$ 348,7 milhões dos investigados.
  • A operação levou à interdição de 49 postos de combustíveis e à suspensão de atividades de 73 empresas ligadas ao esquema.

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SP - OPERAÇÃO CARBONO OCULTO/COMBUSTÍVEIS - ECONOMIA - A Polí­cia Federal realiza Operação Carbono Oculto, no prédio localizado no número       3732 da Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País, na zona oeste de       São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025. A  operação, que       conta com equipes da Polícia Militar, promotores do Grupo de Atuação Especial de       Combate ao Crime Organizado (Gaeco), agentes e fiscais das Receitas Estadual e       Federal, é a maior feita até hoje para combater a infiltração do crime organizado       na economia formal do País. A ação mira envolvidos no domínio de toda a cadeia       produtiva da área de combustíveis, parte da qual foi capturada pelo Primeiro       Comando da Capital (PCC).      28/08/2025 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
Operação Carbono Oculto: agentes cumpriram 200 mandados de busca contra 350 alvos em 10 estados WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO - 28.8.2025

O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, afirmou que a Operação Carbono Oculto 86, deflagrada na terça-feira (4), revelou pela primeira vez a ligação entre o braço financeiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o setor de combustíveis no Norte e Nordeste do Brasil.

Segundo ele, a facção paulista usava fundos de investimento sediados na Faria Lima, em São Paulo, para controlar postos e distribuidoras no Piauí, Maranhão e Tocantins.


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“Essa rede já era investigada por fraudes e adulteração de combustíveis, mas não sabíamos a origem dos recursos. Quando tivemos acesso às informações da operação Carbono Oculto de São Paulo, percebemos que os fundos eram os mesmos e pertenciam ao PCC”, disse.

A investigação nos três estados contou com a colaboração do Ministério Público de São Paulo, que compartilhou informações da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto deste ano.


A operação desta semana resultou na interdição de ao menos 49 postos de combustíveis nos três estados. A investigação apontou que o grupo empresarial “‘Rede de Postos HD’ apresentou crescimento célere, entretanto, informações coletadas em bases públicas e oficiais apontaram para discrepâncias patrimoniais e modificações societárias incompatíveis com a dinâmica regular do setor”.

Para o secretário, a operação expôs uma nova lógica do crime organizado.


“Eles perceberam que a atividade usada para lavar o dinheiro também podia ser lucrativa, desde que fossem feitos alguns ajustes ilegais como, por exemplo, sonegar impostos. Se o sujeito trafica droga, adulterar combustível não é nada. Então, a lavagem virou também um negócio lucrativo, com fraude fiscal, sonegação e concorrência desleal”, explicou.

Entre as companhias citadas no inquérito, estão Altinvest Gestão de Recursos, Pima Energia Participações, Mind Energy Participações e o fundo Jersey FIP Multiestratégia.


Entre os principais alvos da operação, estão Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, antigos proprietários da rede “HD”, apontados como responsáveis pela expansão do grupo e posterior “venda”; Moisés Eduardo Soares Pereira e Salatiel de Araújo, empregados e intermediadores locais, utilizados, segundo a investigação, como laranjas em holdings com sede em São Paulo; Denis Alexandre Jotesso Villani, empresário paulista vinculado à Rede Diamante, com partificação em 40 empresas, incluindo 12 postos do Piauí; e Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest, já apontado como operador financeiro do PCC.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos investigados. O espaço segue aberto.

De acordo com a investigação, o esquema envolvia lavagem de dinheiro, fraude fiscal e crimes contra o consumidor, com adulteração de combustíveis e sonegação de impostos.

As empresas passaram a operar sob diferentes marcas, entre elas Postos HD, Postos Pima e Rede Diamante, para dissimular a origem dos lucros. Os postos de combustíveis usados pelo PCC movimentaram R$ 5 bilhões nos três estados, de acordo com investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Piauí.

O juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, determinou o bloqueio de R$ 348,7 milhões em bens e contas bancárias dos investigados, além da suspensão das atividades de 73 empresas e da indisponibilidade de quatro aeronaves.

Apesar de negar os pedidos de prisão temporária, o magistrado impôs medidas cautelares, como proibição de saída do país e comunicação entre os suspeitos.

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