PF desarticula rede ligada à máfia italiana suspeita de lavar R$ 3 bilhões no Rio Grande do Norte
Objetivo era adquirir propriedades e infiltrar-se no mercado imobiliário e financeiro brasileiro
Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta terça-feira (13) uma ação para desarticular uma rede de lavagem de dinheiro gerida pela máfia italiana no Rio Grande do Norte. A ação cumpriu um mandado de prisão preventiva e realizou buscas no Rio Grande do Sul, no Piauí, além do RN. Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo, na Itália, coordenou 21 buscas em várias regiões do país e na Suíça. Mais de 100 agentes financeiros italianos foram mobilizados, inclusive no Brasil, para auxiliar o cumprimento dos mandados em Natal.
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As investigações começaram em 2022 e indicam que a máfia utilizou empresas fantasmas e laranjas para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos provenientes de atividades criminosas internacionais. Os responsáveis estimam que a organização atuava no Brasil há quase uma década e tenha investido mais de R$ 300 milhões (cerca de 55 milhões de euros). O objetivo era adquirir propriedades e infiltrar-se no mercado imobiliário e financeiro brasileiro.
A PF afirmou que os delitos investigados incluem associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravante de apoio a famílias mafiosas notórias. Além disso, como parte das medidas para desarticular o esquema e recuperar ativos financeiros, a Justiça Federal autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias associadas aos suspeitos e às empresas fantasmas envolvidas.
Essas ações visam garantir a reparação dos danos causados pelas atividades ilícitas e impedir a continuação das operações criminosas. “Destaca-se, nesse contexto, a colaboração internacional através da criação de uma Equipe Conjunta de Investigação (ECI), em 2022, envolvendo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e autoridades judiciais e policiais italianos, com apoio da Eurojust, agência da União Europeia que facilita investigações e processos judiciais envolvendo múltiplos países, auxiliando na troca de informações e na formação de equipes de investigação conjuntas”, afirma a nota.