Pesquisadores da UFPB criam método que prevê preço do petróleo com mais precisão
Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Economia e do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um novo método que prevê o preço do petróleo com mais precisão. O estudo que apresenta a metodologia inovadora foi publicado pela empresa editorial holandesa Elsevier, especializada em conteúdo científico, técnico e médico, por […]
Portal Correio|Do R7
Pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Economia e do Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um novo método que prevê o preço do petróleo com mais precisão.
O estudo que apresenta a metodologia inovadora foi publicado pela empresa editorial holandesa Elsevier, especializada em conteúdo científico, técnico e médico, por meio do jornal Energy, periódico de alto impacto que cobre pesquisas em engenharia de energia desde 1976.
A inédita técnica de pesquisa econômica apoiada em análise matemática considera variáveis financeiras, macroeconômicas e sentimento do mercado, possibilitando alta performance para esse tipo de prognóstico.
Segundo o doutorando Rennan Medeiros, um dos criadores do método inovador, uma possível explicação para o elevado desempenho da nova técnica é que são considerados dados financeiros disponíveis em tempo real e que incorporam informações relativas ao futuro.
Outra razão para o sucesso desta nova metodologia é que o indicador de sentimento é capaz de classificar aspectos positivos e negativos de relatórios econômicos e pode refletir expectativas de autoridades públicas e analistas de energia em relação ao mercado do petróleo.
“No estudo, são propostas algumas metodologias alternativas. Contudo, dentre todas elas, existe uma que supera todas. No artigo destacamos que este modelo é o mais indicado”, afirma Rennan Medeiros.
Ele destaca que o desenvolvimento deste novo método que prevê o preço do petróleo com mais precisão é importante em virtude da sua relevância para a economia global. De acordo com Agência Internacional de Energia em 2020, o petróleo bruto é responsável por mais de 31% da energia primária mundial, sendo mais utilizado no setor de transporte.
“Nossas descobertas podem contribuir para que analistas de energia e formuladores de políticas melhorem a previsão dos preços de petróleo”, diz o pesquisador. Segundo ele, desde 2016, a Petrobras segue uma política de paridade de preços internacionais do petróleo para definir o valor nas refinarias.
Sendo assim, dois componentes justificam a elevação dos preços dos combustíveis nos últimos meses: alta do dólar, que encarece as importações, e crescimento do preço internacional do petróleo.
“Por exemplo, os preços do petróleo apresentaram um crescimento de quase 74% ao longo de um ano, comparando julho do ano corrente em relação a julho de 2020”, ressalta o doutorando.
Outro fator determinante para a composição do preço final da gasolina no Brasil, na análise do Rennan Medeiros, são os impostos federais e estaduais que, juntos, são responsáveis por mais de um terço do preço final da gasolina.
“A taxa média de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] paga pela gasolina hoje no Brasil está em torno de 27%”, sublinha o pesquisador.
Nesse contexto, dentro das possibilidades, duas formas de conter essa volatilidade, na visão dele, é rever a política de paridade de preços nas refinarias por parte da Petrobras e buscar maneiras de reduzir as alíquotas tributárias inseridas nos preços de combustíveis.
Rennan Medeiros pontua que, em abril de 2020, o preço do barril do petróleo apresentou uma queda não observada desde 2002, sendo cotado por menos de US$ 25. Por outro lado, desde maio do mesmo ano, o preço do petróleo vem em alta.
“Isso é justificado devido o retorno gradual da economia, em especial com avanço da taxa de vacinação no mundo inteiro, ocorrendo um reaquecimento da demanda global. Entretanto, em virtude dos prejuízos com a pandemia de Covid-19, os produtores internacionais de petróleo têm freado a oferta”, diz o pesquisador da UFPB.
Também são responsáveis pelo trabalho os doutorandos Diego Pitta e Vinícius Albuquerque Mello, além do professor Cássio Besarria.