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Proposta agrada, e caminhoneiros devem liberar vias e por fim à greve

Ontem, Planalto atendeu a categoria e reduziu diesel em R$ 0,46 na bomba. Estradas que ligam SP a Curitiba, BH e Rio, porém, ainda têm protestos

Cidades|Giuliana Saringer, do R7, com RecordTV

Greve dos caminhoneiros começou na segunda-feira (21) e já dura 8 dias
Greve dos caminhoneiros começou na segunda-feira (21) e já dura 8 dias Greve dos caminhoneiros começou na segunda-feira (21) e já dura 8 dias

Após a publicação de MPs com as demandas dos caminhoneiros no DOU (Diário Oficial da União), na noite de domingo (27), os caminhoneiros autônomos demonstraram satisfação com a proposta do governo e, ao longo desta segunda-feira (28), podem colocar fim à greve. 

Em entrevista à RecordTV (assista abaixo), o presidente da Fecam (Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de São Paulo), Claudinei Pelegrini, que representa cerca de 300 mil caminhoneiros, afirmou que a greve “acabou”.

— Graças a Deus acabou. Nós temos assinado isso. Temos dito, desde o início, que só teria validade esse acordo a partir do momento em que fosse publicado no Diário Oficial. O governo, quando quer, faz. Editou uma edição especial do Diário Oficial, saiu por volta de 1h da manhã [desta segunda-feira], dando cabo das decisões que foram tomadas. Se fosse aguardado o Senado votar o que a gente reivindicava, isso ia demorar semanas e a paralisação ia se manter. Com isso, o presidente se comprometeu, soltou as medidas provisórias, mais os outros acordos que tinham sido assinados na semana passada, e eu acredito que hoje, durante o dia, nós vamos estar passando aos caminhoneiros que estão nas rodovias.

No domingo, Michel Temer (PMDB) fez pronunciamento em rede nacional
No domingo, Michel Temer (PMDB) fez pronunciamento em rede nacional No domingo, Michel Temer (PMDB) fez pronunciamento em rede nacional

Segundo Pelegrini, as mudanças precisavam ser publicadas no Diário Oficial haver a garantia de que seria cumpridas. 

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— Nosso medo, dos caminhoneiros, é que o governo se comprometesse e não cumprisse. Agora que temos as MPs assinadas, em que o governo se compromete [...] por 60 dias, teremos R$ 0,46 de desconto no bico da bomba. [...] Vamos ter, graças a Deus, que em nenhum lugar do país vai ser cobrado o eixo erguido [...]. Mais ainda, foi publicado nas MPs a tabela de frete mínimo [...], vai acabar essa história de 80 ou 90 toneladas por caminhão. Agora, o caminhoneiro vai carregar o peso do seu caminhão recebendo um valor correto.

O presidente da Fecam avaliou como "bom" o acordo para a categoria.

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— Acho que foi um bom acordo. Cabe ao caminhoneiro entender isso, não levar para o lado político. Tem gente falando: “Vamos depor o governo”. Não é isso. Acho que pessoas alheias ao movimento tentando usar o caminhoneiro para outra discussão.

A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) afirma que decidiu assinar acordo com o governo para finalizar greve. Em nota, a entidade diz que considera o resultado uma "vitória", uma vez que "o acordo anterior previa uma redução de apenas 10% por apenas 30 dias. Entretanto, a Associação acredita que até dezembro deste ano o Governo encontre soluções para que essa redução seja permanente".

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Como o objetivo da greve foi alcançado, a Abcam pede que os caminhoneiros voltem ao trabalho. Segundo a entidade, todas as multas aplicadas durante as manifestações foram canceladas tanto para os caminhoneiros como para as entidades. 

O presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, disse aos caminhoneiros que devem voltar "satisfeitos e orgulhosos" ao trabalho: "Amigos caminhoneiros, voltem satisfeitos e orgulhosos para o trabalho. Conseguimos parar este país e sermos reconhecidos pela sociedade brasileira e pelo Governo deste país. Nossa manifestação foi única, como nunca ocorreu na história. Seremos lembrados como aqueles que não cederam diante das negativas do Governo e da pressão dos empresários do setor. Teremos o reconhecimento da nossa profissão, de que nosso trabalho é primordial para o desenvolvimento deste país. Voltem com a sensação de missão cumprida, mas lembrando que a luta não termina aqui."

O presidente Michel Temer (MDB) atendeu aos pedidos dos caminhoneiros para que a greve seja finalizada. Os pedidos da categoria, publicados no Diário Oficial, são: destinar 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a caminhoneiros autônomos; a instituição da Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargo; e isenção de cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios em rodovias federais, estaduais e municipais. 

Além disso, o governo também autorizou a redução do valor do diesel em R$ 0,46, com corte em tributos como a Cide e o PIS/Cofins. A paralisação começou na segunda-feira (21) e completou oito dias nesta segunda-feira. 

Protestos nos Estados

São Paulo

A rodovia Anchieta, que liga a capital paulista ao litoral, tem trânsito intenso do km 23 ao 25 por causa das manifestações. A situação na Imigrantes é parecida, com lentidão no trecho do km 23,5. 

A rodovia Régis Bittencourt, interligação entre São Paulo e Curitiba, têm trânsito lento nos km 476 no sentido Paraná, km 280 nos dois sentidos,e km 68 no sentido São Paulo.

A rodovia Presidente Dutra, que une São Paulo ao Rio de Janeiro, também tem pontos de lentidão nos km 209, na altura de Guarulhos, no sentido São Paulo, no km 51 na altura de Lorena, sentido São Paulo e no km 92 na altura de Pindamonhangaba, também no sentido São Paulo. 

A Raposo Tavares, que estava bloqueada no km 29,5, foi liberada. Os caminhoneiros atearam fogo em pneus e entulhos no local.

Alagoas

Desde o início da manhã desta segunda-feira (28), manifestantes bloqueiam parcialmente a avenida Fernandes Lima, uma das principais vias que cortam Maceió, capital do Estado, deixando o trânsito lento principalmente para quem segue no sentido do centro. Em frente ao quartel, eles estão ocupando duas faixas no sentido Farol e estacionaram cinco carretas no sentido contrário, na faixa ao lado do canteiro central.

Paraná

A rodovia Régis Bittencourt registra diversos pontos de bloqueio de caminhoneiros na manhã desta segunda-feira em Paraná. O tráfego está lento do km 68 ao 67, em Campina Grande do Sul, sentido norte.

Minas Gerais

A Polícia Rodoviária Federal informou que são 64 pontos de bloqueio feito por caminhoneiros nesta segunda em rodovias federais do Estado de Minas Gerais, mesmo após o acordo com o governo.

A rodovia Fernão Dias, principal ligação de São Paulo à Belo Horizonte, apresenta diversos pontos bloqueados por manifestantes também nesta segunda. São eles: km 949, em Extrema, sentido norte; km 925, em Itapeva, sentido norte; km 691, em Lavras, em ambos os sentidos; em 677, em Perdões, sentido sul; km 589, em Carmópolis de Minas, em ambos sentidos; km 618, em Oliveira, em ambos sentidos; km 702, em Lavras, sentido norte; km 754, em Três Corações, sentido sul; km 485, em Betim, ambos sentidos; km 513, em Igarapé, ambos sentidos; km 734, em Carmo da Cachoeira; km 796, em São Gonçalo do Sapucaí e km 871, em Pouso Alegre, ambos sentidos.

O Aeroporto de Confins registrou 13 voos cancelados somente na madrugada e manhã desta segunda, em função do desabastecimento de querosene de aviação.

Rio de Janeiro

A rodovia Presidente Dutra registra pontos de bloqueio feitos por caminhoneiros neste oitavo dia de paralisação da categoria. Em Seropédica, o tráfego está lento na pista expressa no km 204, ambos os sentidos, e em Barra Mansa, manifestação ocorre na pista expressa o km 92, sentido capital paulista.

Mato Grosso

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que ainda são 30 pontos de manifestação em rodovias do Estado do Mato Grosso, mas sem interdição no total de vias. A Prefeitura de Cuiabá, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, entre outros, não funcionam nesta segunda-feira (28).

Santa Catarina

Cerca de 67 pontos de bloqueio de caminhoneiros ainda são registrados pela PRF em rodovias federais que cortam o Estado de Santa Catarina nesta segunda.

Escoltadas pela Defesa Civil e Guarda Civil Metropolitana, oito carretas carregadas de querosene para aviação abasteceram o Aeroporto de Florianópolis, na noite de ontem (27), garantindo, assim, a operação das próximas 48 horas.

Espírito Santo

Os caminhoneiros disseram que não vão finalizar a greve no Estado do Espírito Santo. Segundo eles, todos os pedidos não foram atendidos e por isso eles vão continuar com as manifestações. De acordo com o governo, há 1.646 veículos parados em 29 pontos de manifestação nas rodovias federais e estaduais capixabas.Foram constatados também a presença de 1.605 manifestantes e não há interdição de vias.

“Queria agradecer as pessoas do Espírito Santo pelas doações e o apoio de todos. Do que o Temer propôs para nós, alguma coisa nos interessa, mas têm muitas coisas que os caminhoneiros não concordaram. Esse tempo de 60 dias só não interessa. Nós temos o nosso representante lá e ele vai decidir”, disse um dos caminhoneiros que está em Viana.

Goiás

Com reflexo nos mais variados setores e frente ao iminente desabastecimento de combustível e produtos de necessidade básica, o protesto dos caminhoneiros nas rodovias completa oito dias consecutivos com 74 pontos de bloqueios em Goiás. Destes, 27 trechos são em vias federais e 47 em estaduais.

Na manhã deste domingo (27/5) o aeroporto Santa Genoveva recebeu o carregamento de três carretas de querosene de avião e saiu da lista de aeroportos sem combustível. De acordo com a Infraero, o aeroporto de Goiânia está operando normalmente e deixou de ter restrição de abastecimento — quando o avião só pode pousar se tiver combustível suficiente para a próxima etapa do voo. No entanto, o carregamento não será suficiente por muito tempo e se não houver novo abastecimento, em breve o aeroporto de Goiânia pode voltar para a lista de aeroportos sem combustível.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, há pelo menos 89 pontos de manifestação em rodovias estaduais. O protesto ganha apoio, nesta segunda-feira, dos petroleiros que também estão aderindo às manifestações. Por volta das 8h30min, o grupo de trabalhadores estava concentrado em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Esteio, para fazer um balanço dos protestos.

A Brigada Militar e o Exército estão escoltando caminhões com combustível na Refap e também da refinaria Ipiranga— ambas em Esteio. Devido à paralisação, falta gasolina e GNV na maioria das cidades gaúchas.

Maranhão

No Maranhão, havia 16 pontos de bloqueios em estradas até domingo (27), sendo alguns dos pontos na altura de São Luís, Balsas, Caxias e Governador Edison Lobão. Não há números atualizados na manhã desta segunda. Caminhões com escolta da Polícia Civil, Militar e Rodoviária Federal estão levando combustíveis para postos e aeroportos do Estado.

Pará

A PRF informa que 11 lugares continuam com atos de caminhoneiros em vias que cortam o Estado do Pará. Destes, dois com interdição total das rodovias estaduais, nas cidades de Paragominas e Marabá, respectivamente, ambas na região sudeste do Estado.

Paraíba

Vans escolares realizam protesto em apoio a paralisação dos caminhoneiros em João Pessoa na manhã desta segunda. Os motoristas percorrem ruas e avenidas da capital, com interdição total das vias em que trafegam, como o trevo e rotatória.

Sergipe

Apenas um ponto de bloqueio de caminhoneiros é registrado na manhã desta segunda no Estado de Sergipe. Segundo a PRF, a manifestação ocorre na rodovia estadual SE-070, em São Domingos.

Porto de Santos

A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) informou que o fluxo das operações no Porto de Santos, o maior do País, permanece prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros nesta segunda. "Com o comprometimento do acesso de veículos rodoviários de carga às instalações portuárias, verifica-se redução de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais", diz a companhia.

As operações de carga e descarga de navios, no entanto, ainda continuam a ser realizadas. Estão previstas para esta segunda a entrada de cinco navios e saída de seis, até às 13h. Na semana passada já havia relatos de princípio de lotação nos terminais, por causa da continuidade de recepção das cargas e manutenção delas no pátio do porto, sem a possibilidade de retirada pelas rodovias.

Os manifestantes continuam se concentrando nas duas margens do Porto (Santos e Guarujá), sem interdição ao tráfego de veículos leves. Na margem de Santos o movimento atua no acesso de entrada às instalações do complexo portuário, na rotatória da Alemoa, situada na Avenida Augusto Barata, conhecida como Retão da Alemoa, e na saída da Rua Cristiano Otoni, no Valongo.

Já na margem localizada no município de Guarujá a manifestação acontece na Rua Idalino Pinez, conhecida como Rua do Adubo.

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