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R$ 103 a mais no salário mínimo em 2026? Entenda o cálculo, e se houve ganho real

Reajuste confirmado para janeiro eleva o piso de R$ 1.518 para R$ 1.621; especialistas explicam impacto no poder de compra

Cidades|Mariana Saraiva, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O salário mínimo aumentará de R$ 1.518 para R$ 1.621 em janeiro de 2026.
  • Aumento de R$ 103 reflete um reajuste de 6,79%, mas questões sobre ganho real permanecem.
  • Reajuste considera inflação acumulada e crescimento do PIB; impacto também afeta benefícios como aposentadorias.
  • Garantia de poder de compra dependerá de crescimento econômico contínuo e inflação controlada ao longo do ano.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Salário mínimo de 2026 ficará em R$ 1.621; cálculo considera inflação e PIB A10Mais

O salário mínimo terá um novo valor a partir de janeiro de 2026. O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou, nesta quarta-feira (10), que o piso nacional passará dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.621, um aumento de R$ 103. O impacto no bolso do trabalhador, no entanto, só será percebido no pagamento feito em fevereiro.

Com o reajuste de 6,79%, surgem dúvidas entre os brasileiros: o aumento representa ganho real? E o valor ainda pode sofrer alterações?


O reajuste leva em conta dois fatores principais: a inflação acumulada, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); o crescimento da economia, baseado no Produto Interno Bruto (PIB). Em outubro, o INPC teve alta de 0,03% e acumula variação de 4,18% nos últimos 12 meses, percentual que integra a conta. Já o PIB de 2024 foi revisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 3,4%, número também considerado no cálculo.

Além de afetar diretamente quem recebe o piso nacional, o novo valor influencia benefícios como aposentadorias do INSS, seguro-desemprego e abono salarial.


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Arcabouço fiscal limita o ganho real

Apesar da política de valorização do salário mínimo, o arcabouço fiscal impõe limites ao aumento real acima da inflação, permitindo um adicional entre 0,6% e 2,5%. Pelas contas de técnicos, o valor chegaria a R$ 1.620,99, mas, por força de arredondamento previsto em lei, o mínimo foi fixado em R$ 1.621.

Houve ganho real?

Em entrevista ao R7, o professor de economia do Ibmec Brasília, Renan Silva, explica que a reposição da inflação garante apenas a manutenção do poder de compra, enquanto o ganho real representa aumento efetivo acima dos preços.


“A reposição da inflação significa que o poder de compra do salário é mantido. Já o ganho real é o aumento acima da inflação, permitindo comprar mais bens e serviços. Para que esse ganho seja sustentado, seria necessário crescimento econômico contínuo e robusto do PIB, além da manutenção da política de valorização sem gerar pressões inflacionárias”, esclarece.

Segundo ele, o impacto real deve ser analisado na prática. “O ganho real em termos de cesta básica e serviços é mais relevante, pois traduz o aumento efetivo do poder de compra. O percentual de reajuste, por si só, pode soar abstrato.”


O valor ainda pode mudar?

Para Renan Silva, a chance de alteração é remota.“O valor de R$ 1.621 já foi confirmado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e deve ser incluído em uma Medida Provisória. Em geral, esse é o valor final que entra em vigor em 1º de janeiro, com pagamento em fevereiro.”

Ele ressalta que o próprio arcabouço fiscal impõe um teto ao crescimento. “O limite de até 2,5% acima da inflação garante que a despesa com o salário mínimo cresça de forma controlada, alinhada às metas fiscais.”

Inflação futura pode afetar o poder de compra?

De acordo com o economista, a inflação considerada no cálculo é a acumulada até novembro. “Se a inflação de dezembro vier acima do esperado, o poder de compra naquele mês pode ser afetado, mas a política de reajuste busca garantir, no mínimo, a reposição integral da inflação no período de 12 meses.”

Reposição da inflação x ganho real

Para o contador e fundador do Mêntore, Vanderson Aquino, é importante diferenciar os conceitos.“Reposição da inflação é a parte do reajuste que evita a perda do poder de compra. Já o ganho real vem acima da inflação e aumenta a capacidade de consumo de fato. Pela política atual, esse ganho real está ligado ao crescimento do PIB, mas também sofre limitações.”

Segundo ele, para que esse ganho seja sustentável, é necessária uma combinação de fatores. “É preciso crescimento econômico, aumento da produtividade e sustentabilidade fiscal, já que o salário mínimo impacta diretamente vários gastos públicos.”

Aquino alerta que não há garantia absoluta de preservação do poder de compra ao longo de 2026. “Como o reajuste considera a inflação até novembro, se dezembro tiver alta forte, essa diferença só entra no reajuste seguinte. Além disso, mesmo com aumento em janeiro, qualquer salário fixo perde poder de compra ao longo do ano se a inflação continuar subindo.”

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