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Roraima registra dois ataques contra casas de venezuelanos

Nos dois ataques, um homem joga um líquido para dentro das casas, que acaba pegando fogo. Polícia não descarta que o motivo dos ataques seja por xenofobia

Cidades|Ingrid Alfaya, do R7

    

O Estado de Roraima registrou, na madrugada desta quinta-feira (8), o segundo ataque a uma casa onde viviam venezuelanos. Por volta de 4h da manhã, um homem se aproximou da janela da residência e jogou um líquido que pegou fogo na sequência, atingindo um casal e ferindo gravemente uma criança de três anos.

O primeiro ataque, na última segunda-feira (5), ocorreu de maneira parecida. Um homem lançou um líquido para dentro de uma varanda, que resultou em uma explosão na casa onde viviam 31 venezuelanos, no bairro Mecejana, zona oeste de Boa Vista, capital do Estado. 

A ação, que durou menos de um minuto, deixou uma mulher, de 24 anos, com queimaduras de segundo grau no rosto, pescoço e costas. Outro morador está internado em estado no grave no Hospital Geral de Roraima. Há também informação de crianças feridas.

O caso de segunda-feira foi registrado na DGH (Delegacia Geral de Homicídios) de Roraima, e o desta quinta (8), na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, pois a vítima mais grave foi uma criança de três anos.


Nesta sexta-feira (9), os delegados que cuidavam dos casos se reuniram e chegaram à conclusão de que uma mesma pessoa cometeu os dois crimes. "É o mesmo autor nos dois fatos, ele já está identificado pela polícia. Estamos com várias equipes na rua tentando a prisão", afirmou o delegado Cristiano Camapum.

Como as vítimas são venezuelanas nos dois casos, a polícia não descarta a hipótese que seja um crime de xenofobia. "O que importa é que a gente já estuda esse o perfil de um piromaníaco que atua na cidade", concluiu o delegado.


Imigrantes

A prefeitura de Boa Vista calcula que a capital já recebeu aproximadamente 40 mil imigrantes venezuelanos, o que equivale a 10% da população. Esses imigrantes buscam acolhida no Brasil para fugir, principalmente, da fome, falta de remédios e da inflação.

Ainda de acordo com a prefeitura, os abrigos municipais estão lotados e por isso muitas pessoas acabam se instalando nas praças ou criando repúblicas em casas que chegam a abrigar 30 pessoas.

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