Perto de enfrentar um colapso no atendimento hospitalar, o governo do Rio Grande do Sul suspendeu o modelo de gestão compartilhada, que dava aos municípios autonomia para gerir medidas contra a pandemia. Todas as regiões serão classificadas com bandeira preta e terão que seguir rigorosamente, as determinações da faixa, de maior risco de contaminação. "Para dar esse golpe na taxa de contágio nós precisamos ser mais restritivos desde já. Deste sábado até o outro domingo estaremos com a suspensão da cogestão e com a aplicação das restrições que a bandeira impõe para buscar conjuntamente reduzir essa taxa de contágio", declarou o governador Eduardo Leite. O anúncio põe fim a um modelo que dava maior autonomia aos prefeitos, mas que, diante do atual cenário, passou a ser questionado até mesmo por entidades como o MPF (Ministério Público Federal). "Nós entendemos que a situação é gravíssima (emenda) as medidas ainda estão tímidas face a gravidade da situação", disse procuradora da República no Rio Grande do Sul, Suzete Bragagnolo. O sistema de cogestão permitia que as regiões adotassem medidas de uma categoria mais branda do que a recebida na classificação do governo do estado. Porto Alegre, por exemplo, trabalhava com restrições de bandeira vermelha - de risco alto, mesmo estando em bandeira preta - de risco altíssimo. Com o fim da cogestão, a capital gaúcha precisará adotar medidas mais restritivas. O comércio não essencial vai ter que fechar. Além disso, o prefeito anunciou que os ônibus ficarão proibidos de transportar passageiros em pé. Ele prometeu ainda a abertura de novos leitos, e fez um apelo à população. "Não ocupe os espaços públicos da cidade. Não façam isso. Nós não vamos, em um primeiro momento, fechar a orla. mas se a população não atender ao pedido do governo, nós vamos fechar a orla”, afirmou o prefeito Sebastião Melo. Porto Alegre segue com a taxa de ocupação de utis acima dos 95%. Hospitais e unidades de pronto atendimento operam com superlotação. A Justiça também suspendeu a retomada das aulas presenciais na capital.