Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Notícias R7 – Brasil, mundo, saúde, política, empregos e mais

Sapos e rãs na cidade? Saiba por que o Instituto Butantan luta pelos bichos nos centros urbanos

Animais podem ajudar a eliminar mosquitos, aranhas e escorpiões, além de contribuir com pesquisas científicas, segundo o instituto

Cidades|Do R7

Animais são objeto de diversos estudos científicos José Felipe Batista/Instituto Butantan/Arquivo

A preservação de sapos e rãs em ambientes urbanos pode ajudar a controlar pragas e monitorar a qualidade do meio ambiente, ressaltou o Instituto Butantan. Ainda segundo a instituição, 30% das 5.600 espécies no mundo estão ameaçadas de extinção, sendo que 35 acabaram extintas nos últimos 30 anos.

Um artigo dos pesquisadores Vanessa Kruth, Marianna Dixo e Felipe Franco, publicado na Revista Estudos Avançados da USP (Universidade de São Paulo), mostrou que a redução das espécies é resultado da alteração e destruição de paisagens naturais, aumento da incidência de radiação ultravioleta, poluição e aquecimento global.

Veja mais

Além disso, os cientistas reforçam que, ao contrário do imaginário popular, esses animais do grupo Anura. Ou seja, aqueles que vivem nos quintais, não espirram veneno que causa cegueira e não transmitem doenças a quem encostar neles.

Outro ponto importante é que essas espécies podem ser estudadas para a composição de antibióticos, por exemplo.


O RAN (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios) afirma que existem 1.144 espécies de rãs e sapos no Brasil, o que torna o país o lugar com maior diversidade de espécies do grupo.

Importância

⇒ Controlar pragas e outros animais

Os anuros são predadores de animais como formigas, aranhas, cupins e até escorpiões. Segundo o estudo do pesquisador Carlos Jared, diretor do Laboratório de Biologia Estrutural do Instituto Butantan, o sapo-cururu ou sapo-boi (do gênero Rhinella) é um grande exemplo, sendo extremamente resistente ao veneno do escorpião-amarelo, campeão de casos de acidentes no Brasil.


“A melhor coisa para quem mora em casa é ter alguns sapos em volta dela. Eles comem de tudo”, explica o cientista.

O RAN (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios) afirma que existem 1.144 espécies de rãs e sapos no Brasil José Felipe Batista/Instituto Butantan/Arquivo

⇒ Identificar toxicidade de regiões

Essas espécies possuem a pele sensível e fina, pois a respiração desses animais acontece de forma cutânea. Assim, eles precisam de condições favoráveis de água, vegetação e clima para sobreviver.


Isso os torna bioindicadores da saúde ambiental de uma região.

⇒ Descobertas científicas

A anatomia dos anuros ainda é muito desconhecida, mas esses animais já são objeto de estudo. Eles são muito estudados porque fornecem substâncias antimicrobianas (antibacterianas e antifúngicas, secretadas pelas glândulas).

Existem diversos estudos em andamento, como os que sugerem que outros compostos químicos podem também ser úteis para combater a doença de Parkinson e até o Alzheimer.

Compostos químicos encontrados na pele destes animais podem também ser úteis para combater a doença de Parkinson e até o Alzheimer José Felipe Batista/Instituto Butantan/Arquivo

Crime ambiental

Matar ou maltratar animais silvestres configura crime ambiental (artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais), com pena de seis meses a um ano de prisão e multa. Se encontrar um sapo ou rã, retire-o cuidadosamente de casa com o auxílio de luvas.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.