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Sete em cada 10 mulheres já sofreram violência ao se deslocar pelas cidades brasileiras

Estudo também apresenta dados sobre o tipo de violência sofrida pelas 4.000 entrevistadas

Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília


Pesquisa entrevistou 4.000 mulheres Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília/Arquivo

A pesquisa “Vivências e demandas das mulheres por segurança no deslocamento” mostrou que sete em cada 10 mulheres já sofreram algum tipo de violência ao se deslocar pelas cidades. O estudo mostrou os principais temores das brasileiras são os assaltos, sequestros, estupros e assédios/importunações sexuais. Além disso, 48% das mulheres negras afirmaram que têm receio de sofrer ataques racistas, o que representa um aumento de 23% do mesmo índice no ano passado.

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O estudo também apresenta um panorama específico sobre o tipo de violência sofrida pelas 4.000 mulheres entrevistadas. Dessas, 44% afirmaram ter recebido olhares insistentes e cantadas inconvenientes. A porcentagem ultrapassa a metade quando analisamos mulheres de 18 a 29 anos (54%) e pessoas negras (52%).

Segundo a pesquisa, as mulheres acreditam que a sensação de insegurança se deve à ausência de políticas públicas que poderiam tornar seus deslocamentos mais seguros. Elas apontam a falta de policiamento, a deficiência na iluminação pública e as ruas desertas como os principais fatores que contribuem para essa sensação de insegurança.

Veja os fatores que contribuem para a sensação de insegurança:

  • Ausência de policiamento: 56%
  • Falta de iluminação pública: 52%
  • Ruas desertas e vazias: 50%
  • Espaços públicos abandonados: 44%
  • Falta de respeito/agressividade das pessoas: 42%
  • Falta de empatia/solidariedade: 39%
  • Falhas no transporte público: 38%
  • Horário do deslocamento: 28%

O estudo foi realizado pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com o apoio da Uber, em todo o país. Os dados mostram que, entre os meios de locomoção em que as mulheres brasileiras já vivenciaram situações de violência, a maioria estava a pé.


Comportamento

Após sofrer violência, muitas vítimas mudaram seus hábitos, ainda que momentaneamente. Mais da metade se sentiu abalada psicologicamente, e apenas 23% receberam ajuda de pessoas que presenciaram a situação. Além disso, seis em cada dez mulheres não registraram queixa nem procuraram a polícia.

Estratégias

Grande parte das entrevistadas adota medidas individuais para aumentar a sensação de segurança durante seus deslocamentos. Assim, elas evitam passar por locais desertos ou escuros, escolhem onde se sentar no transporte coletivo, evitam sair à noite e usar certos tipos de roupas, e costumam avisar alguém quando saem ou chegam ao destino.

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