Simone Tebet anuncia fundo para preservação de cidades amazônicas: ‘COP de resultados’
Em entrevista exclusiva, ministra ainda falou sobre o combate à desinformação e defendeu projeto de aumento da licença-paternidade
Cidades|Do R7
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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, falou com exclusividade à repórter Tainá Farfan sobre um novo fundo, anunciado nesta quarta-feira (12) durante a COP30, que terá como foco as cidades amazônicas e a preservação e restauração das florestas da região.
“Qual é a ideia desse fundo? Preservar, restaurar a floresta, mas também lembrar que se nós não tivermos uma bioeconomia muito forte nos estados e municípios amazônicos, se a floresta em pé não valer mais do que a árvore tombada, ela vai ser destruída”. Segundo Tebet, o projeto financiado em parceria com a iniciativa privada deve movimentar cerca de R$ 120 bilhões ao longo dos anos.
Ela diz que, para o mundo, a COP está “aquém do necessário para resolver o problema das mudanças climáticas”, mas destaca que essa edição será de “resultado”. “A gente vai fechar a COP muito melhor do que começou. Para o país que sedia, ela começa com resultado lá atrás”.
A ministra falou de projetos desenvolvidos pelo Ministério de Planejamento e Orçamento com foco na economia sustentável. Um deles é o Amazônia Sempre, que prevê financiamento de cerca de R$ 6 bilhões, com carência e juros baixos, para a bioeconomia nos municípios e estados do bioma. A iniciativa faz parte de uma linha de financiamento do BNDES em parceria com o BID, de cerca de R$ 20 bilhões.
Há ainda um projeto de restauração florestal através de uma PPP (parceria público-privada). “Essa parceria é a primeira de muitas concessões florestais que nós queremos para restaurar pelo menos 40% do que foi desmatado no Brasil”, afirmou Tebet.
Ela falou dos impactos das mudanças climáticas sentidos pela população brasileira, mas disse que falta uma compreensão de que a preservação das florestas está diretamente ligada a esses efeitos. “A preservação das florestas não pode e não impede o desenvolvimento econômico da agricultura, da pecuária, portanto do agronegócio, da agroindústria. É possível ter tudo isso, só que tem que ter de forma racional”, defende.
A ministra também destacou a importância do combate à desinformação, que foi tema de discussões na Conferência. “Lamentavelmente, este é o mal do século e o mal da humanidade [...] Ela mata”.
“Ela mata porque impede a mãe de levar o filho para tomar vacina, [...] porque as pessoas acham que a mudança climática não tem nada a ver a preservar as florestas. Só quem conhece a zona rural sabe o que é o frescor de estar debaixo de uma árvore no verão para saber o quanto a floresta tem importância no nosso clima”.
Por fim, Tebet se disse “entusiasta” do projeto de aumento da licença-paternidade previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que deve ser votada no Congresso Nacional. Segundo ela, ele foi elaborado de maneira gradual e não deve impactar no orçamento previsto.
“Eu não vou precisar cortar investimento em estrada, em creche, em escola, em posto de saúde. Não vamos precisar cortar, não vamos ter que diminuir a quantidade de casas populares, porque é gradual”. Em 2027, a licença passará para 10 dias.
Mais cinco dias serão adicionados em 2028, somando 15, até a fixação em 20 dias de licença em 2029. “Nós estamos achando outra fonte financeira para garantir o equilíbrio fiscal e, obviamente, a sustentabilidade, consequentemente, do orçamento brasileiro”, concluiu Tebet.
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