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Transferência de Marcola para presídio em RO 'não serve à segurança pública', diz advogado

Chefe do PCC foi transferido de Brasília para presídio federal em Porto Velho. Defesa diz que ele não oferecia risco ao sistema

Cidades|Luís Adorno, da Record TV

A defesa de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como principal chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), disse que a transferência dele da penitenciária federal de Brasília para o presídio federal de Porto Velho (RO) realizada na manhã desta quinta-feira (3) "não serve à segurança pública".

"A transferência não atende aos direitos do sentenciado e nem serve à segurança pública, na medida em que não há notícias de que Marco Willians estaria conspirando contra o sistema penitenciário de Brasília", diz a nota do advogado Marco Paiva. "A transferência prejudicará ainda mais o atendimento de saúde do sentenciado, já negligenciado na penitenciária federal de Brasília, conforme inúmeros pedidos perante o juiz corregedor da 15 vara federal" 

O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) informou que “as transferências de presos são medidas rotineiras e são efetivadas por indicação da inteligência penitenciária, atividade essencial para orientar a definição de estratégias de combate ao crime organizado”.

Em fevereiro de 2019, Marcola e outros 21 membros da cúpula da facção paulista foram transferidos de São Paulo para o sistema penitenciário federal. À época, ele deixou o presídio estadual paulista de Presidente Venceslau com destino a Porto Velho.


Um mês depois, em março de 2019, Marcola e outros três integrantes da cúpula foram transferidos novamente. Daquela vez, de Porto Velho para Brasília. A defesa de Marcola confirmou à Record TV a nova transferência, ocorrida nesta quinta-feira.

Preso desde julho de 1999, Marcola foi levado ao sistema penitenciário federal, em 2019, após a descoberta de um plano de resgate que poderia ocorrer em Presidente Venceslau. À frente do plano estavam Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que estava em liberdade e era apontado como braço direito de Marcola.


Fuminho foi preso em Moçambique em uma operação da PF (Polícia Federal) em abril de 2020. Além dele, o plano contaria com a participação de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, e Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, que estão foragidos até hoje.

Tuta e Colorido são, segundo o MP (Ministério Público), as principais lideranças da facção criminosa atualmente.


A reportagem apurou que a nova transferência teve participação do ministro da Justiça, Anderson Torres, que, desde quando era secretário de segurança do Distrito Federal, manifestava publicamente o interesse de tirar Marcola de Brasília.

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Dados obtidos pelo Núcleo de Jornalismo Investigativo da Record TV mostram que, até o final de 2021, o presídio federal de Porto Velho mantinha 112 presos. O de Brasília, no mesmo período, com Marcola incluído, mantinha 29.

Ao todo, o Brasil tem cinco presídios federais. Além de Brasília e Porto Velho, o sistema penitenciário federal abrigava, até o fim do ano passado, 109 pessoas em Mossoró (RN), 123 em Catanduvas (PR) e 124 em Campo Grande.

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