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Tremores de terra e chuvas fortes apavoram moradores da Serra Gaúcha

População de Caxias do Sul acionou o Corpo de Bombeiros durante a madrugada após sentir abalos sísmicos

Cidades|Do R7

Pista da BR-116 apresentou novas rachaduras Divulgação/Prefeitura de Caxias do Sul - 12.05.2024

Cidades da Serra Gaúcha continuam em alerta máximo, diante de grandes volumes de chuva que caíram nas últimas horas, em um solo já altamente encharcado desde o fim de abril. Na madrugada desta segunda-feira (13), quatro tremores de terra foram registrados, em Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Pinto Bandeira.

Segundo a RSBR (Rede Sismográfica Brasileira) detectou o que classificou como sendo “uma série de pequenos tremores de terra” no Rio Grande do Sul.

O primeiro deles foi o mais forte, de magnitude 2,4, à 1h48, na cidade de Bento Gonçalves.

Os outros três abalos tiveram magnitude de 2,3 graus, sendo que o segundo ocorreu às 2h37 em Pinto Bandeira, e outros dois, às 2h58 e 3h03, em Caxias do Sul.


Em comunicado, o sismólogo Bruno Collaço, do Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), explica que não se pode descartar a relação com o grande volume de chuva, mas que isso seria raro.

“Em geral, seriam necessários alguns meses depois das chuvas para tremores desse tipo ocorrerem, mas não se pode descartar essa possibilidade. De qualquer forma, são necessários estudos aprofundados para afirmar com precisão as causas desses sismos”, disse.


A RSBR salienta que o Rio Grande do Sul tem um histórico de tremores de terra com magnitudes entre 2 e 3. Ocorreram 27 sismos nos últimos dez anos no estado.

“Portanto, é mais provável que esses sismos tenham causas naturais”, pondera.


Não houve danos provocados pelos tremores, mas o Corpo de Bombeiros de Caxias do Sul recebeu dezenas de ligações de moradores preocupados com a situação durante a madrugada.

“Eventos desse tipo não têm poder de destruição, os moradores podem ficar tranquilos. Até agora não detectamos nenhum grande deslizamento de terra nas proximidades de onde foram sentidos”, explicou o geólogo Caio Torques, diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Abalos sísmicos podem não ter relação com a chuva, avalia especialista Reprodução/RSBR

Um deslizamento de terra na Rota do Sol, na madrugada, provocou um novo rompimento de uma adutora, comprometendo o abastecimento de água de dezenas de bairros de Caxias do Sul.

Segundo a MetSul, choveu entre 200 mm e 250 mm na região de Caxias do Sul entre sexta-feira (10) e domingo (12) — já havia chovido 450 mm na primeira semana de maio. A média para este mês é de 146 mm.

A BR-116 — onde novas rachaduras foram observadas na pista no fim de semana — entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis continuava totalmente interditada por volta das 11h desta segunda-feira, bem como a RS-115, entre Gramado e Três Coroas.

Outras sete estradas locais de Gramado registravam interdições. A RS-235, entre Canela e Gramado, estava em meia pista, próximo ao Posto Sapatu’s, de acordo com a Prefeitura de Gramado.

O Núcleo de Riscos Geológicos de Bento Gonçalves começou nesta manhã uma série de vistorias para “determinar com exatidão suscetibilidades e riscos associados aos deslizamentos” na cidade. A força-tarefa conta com ajuda de especialistas do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.

Em Gramado, uma rua desmoronou na tarde de domingo. A cidade registrou mais de 200 mm de chuva no fim de semana, quase a mais do que a média de todo o mês de maio.



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