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Três em cada dez brasileiros fazem ‘bicos’ para complementar renda, diz estudo

Maior parcela recorre a atividades relacionadas aos serviços gerais, como faxina e manutenção, e a trabalhos manuais

Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Maior parte fez 'bicos' no setor de serviços Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

O estudo “Pesquisa Nacional sobre Desigualdades 2024″, divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Cidades Sustentáveis, revelou que aproximadamente 50 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais realizaram alguma atividade extra para complementar a renda nos últimos 12 meses. Esse número corresponde a 31% da população nessa faixa etária.

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Segundo o levantamento, o indicador permaneceu inalterado em relação à pesquisa divulgada em 2023. No ano anterior, o estudo tinha constatado que 45% dos brasileiros (76,2 milhões) precisaram fazer “bicos” para fechar as contas de casa.

De acordo com os dados publicados nesta terça, 37% das pessoas com renda familiar de até um salário mínimo (R$ 1.412) buscaram um serviço extra para completar a renda nos últimos 12 meses.

O principal “bico” feito por quem precisou de uma fonte alternativa de renda foram atividades de serviços gerais, como faxina e manutenção (8%). Outras atividades exercidas foram:


  • Trabalhos manuais, como bijuterias e artesanatos: 4%
  • Produção de alimentos em casa para vender: 4%
  • Serviços de beleza: 3%
  • Vendedor ambulante/camelô: 3%
  • Atuar como motorista e/ou realizar entregas por aplicativo: 3%
  • Vender roupas e outros artigos usados: 3%
  • Revender cosméticos ou produtos de beleza: 2%
  • Trabalhar como babá/cuidar de crianças: 2%
  • Cuidar de idosos: 2%
  • Dar aula particular/aula de reforço: 1%
  • Atuar como segurança em estabelecimentos comerciais: 1%

Para fazer a pesquisa, o Instituto Cidades Sustentáveis fez 2.000 entrevistas presenciais e domiciliares em 129 municípios de todas as regiões do país. Os dados foram coletados entre os dias 4 e 8 de julho, e o levantamento tem um nível de confiança de 95%.

Fome e pobreza

O estudo também constatou que, nos últimos 12 meses, mais da metade dos brasileiros (52%) têm a sensação de que aumentou o número de pessoas em situação de fome e pobreza. O indicador é menor em relação aos últimos dois anos: 75% (2022) e 57% (2023).


Nas capitais e nas cidades com mais de 500 mil habitantes, no entanto, o número é maior: 68% dizem ter percebido alta na quantidade de pessoas em situação de fome e pobreza.

Renda maior

A pesquisa mostrou que 64% dos brasileiros declararam ter melhorado a condição de moradia e 56% que aumentaram a renda nos últimos cinco anos. No entanto, 42% afirmaram não ter aprimorado o grau de instrução nesse período.


Quanto à moradia, a melhoria foi mais observada entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste (72%) e entre aqueles com renda familiar de mais de cinco salários mínimos (72%).

Lançamento

A pesquisa será lançada na tarde desta terça durante evento na Câmara dos Deputados.

A divulgação do estudo faz parte de uma série de ações que serão realizadas ao longo desta semana pelo Pacto Nacional de Combate às Desigualdades, uma rede que reúne organizações da sociedade civil, entidades de classe, associações de prefeitos, parlamentares e centrais sindicais.

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