Do total de residências no Brasil, 24,3% não têm rede de coleta de esgoto ou fossa séptica, consideradas as formas adequadas de tratamento para a população. O percentual consta no levantamento das características dos domicílios do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo os dados, 62,5% das casas têm rede geral, pluvial ou fossa ligada à rede, enquanto outros 13,2% têm fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede. A soma desse percentual (75,7%) representa o conjunto da população atendida por esgotamento recomendado. Em 2010, quando foi realizado o Censo anterior, a proporção era de 64,5%.
O restante dos brasileiros utiliza fossa rudimentar, buraco, vala, rio, lago, córrego, mar, outra forma de coleta ou não tem banheiro nem sanitário.
Entre 2010 e 2022, todos os estados registraram crescimento da proporção da população residindo em domicílios com esgotamento sanitário por rede coletora, pluvial ou fossa séptica.
O Sudeste lidera o ranking, com 90,7% da população vivendo em ambientes com rede de esgoto adequada. As regiões Sul (83,9%) e Centro-Oeste vêm em seguida (73,4%). Nas duas últimas posições, ficaram o Nordeste (58,1%) e o Norte (46,4%).
Abastecimento de água
Em relação à forma de abastecimento de água, o levantamento mostrou que 97% da população recebe água de forma adequada, principalmente pela rede geral de distribuição.
A rede geral é mais comum no Sudeste, Sul e Centro-Oeste e predomina em 5.157 municípios. Apesar da baixa relevância nacional, o abastecimento por carro-pipa tem relevância no interior do Nordeste (predomina em 68 municípios, todos da região).
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O mesmo ocorre com o abastecimento por água de chuva, que predomina em 21 cidades, todas no Nordeste. Já o abastecimento por rios é mais comum no Norte (predomina em 18 municípios, sendo 17 na região).
A cobertura total da rede é 86,6%, mas, segundo o IBGE, o uso de outra fonte como principal “pode indicar alguma precariedade”.
Entre 2010 e 2022, houve uma mudança conceitual do quesito, o que impede a comparação direta. No último Censo, duas investigações foram feitas: a forma principal e a ligação à rede geral de distribuição de água.
Domicílios
O Censo de 2022 também identificou um amplo predomínio dos brasileiros que moram em casa. Ao todo, são 59,6 milhões de domicílios desse tipo ocupados, nos quais residiam 171,3 milhões de pessoas, representando 84,8% da população.
O segundo tipo encontrado com mais frequência foi o apartamento, categoria de domicílio na qual residiam 12,5% da população em 2022. Os domicílios do tipo casa de vila ou em condomínio abrigavam 2,4% da população.