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Universalização do saneamento pode gerar economia de R$ 1,2 bilhão por ano com saúde

Instituto Trata Brasil avaliou como acesso à água potável e ao tratamento de esgoto pode trazer benefícios econômicos ao país

Cidades|Márcio Pinho, do R7

Torneira de casa em Iguape (SP) com água suja
Torneira de casa em Iguape (SP) com água suja Torneira de casa em Iguape (SP) com água suja

O Brasil poderia economizar R$ 25 bilhões em gastos com saúde em um período de 20 anos caso tivesse alcançado a universalização do saneamento básico, conforme um estudo divulgado na terça-feira (8) pelo Instituto Trata Brasil.

A estimativa é que o poder público poderia deixar de gastar cerca de R$ 1,2 bilhão por ano até 2040 caso o fornecimento de água potável e a coleta e o tratamento de esgoto atendessem amplamente a população brasileira.

“Hoje nós temos muitas doenças de veiculação hídrica que vêm com a falta de água tratada ou falta de coleta e tratamento de esgoto. São os casos da malária, esquistossomose, diarreia, leptospirose e dengue, entre outras. O impacto é significativo”, afirma Luana Siewert Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil.

Para os cálculos, o estudo considerou um cenário em que 99% das residências tenham água potável e 90%, coleta e tratamento de esgoto. Esses números são a meta do país traçada no Marco Legal do Saneamento Básico, aprovado em 2020, para o ano de 2033.

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O Brasil, no entanto, ainda está distante dessa realidade, com 33,1 milhões de pessoas sem acesso à água tratada e 94 milhões sem coleta e tratamento de esgoto, segundo dados de 2020 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).

A presidente do Instituto Trata Brasil cita números para exemplificar os impactos dessa realidade no sistema de saúde. Em 2019, o país teve 270 mil internações por doenças transmitidas pela água. Registrou ainda 650 mil internações por doenças respiratórias, que frequentemente também estão associadas à falta de saneamento. Na pandemia de Covid-19, isso ficou claro, com a impossibilidade de parte da população lavar as mãos com frequência, uma medida de higiene básica para evitar contrair o novo coronavírus. 

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Além de internações, essas doenças geram perdas ao país em termos de produtividade. A estimativa é de prejuízo superior a R$ 21 bilhões por ano. Apenas em 2019, o Brasil registrou 43 milhões de afastamentos (trabalho ou escola) por enfermidades relacionadas à água e 130 milhões de afastamentos por doenças respiratórias. 

Além das perdas econômicas, a falta de saneamento produz efeitos drásticos na saúde da população. Com a taxa de mortalidade infantil em 2020, por exemplo, o Brasil teve 13,1 mortos para cada mil nascidos vivos naquele ano, número superior às taxas de mortalidade infantil de Cuba (4,1%), Chile (5,8%) ou Costa Rica (6,7%). Também era maior que os vizinhos Argentina (7,6%) e Uruguai (5,3%). “Tudo está relacionado ao saneamento básico”, conclui Luana Pretto.

Redução de despesas considerando também outras áreas

O estudo do Instituto Trata Brasil estima que a universalização do saneamento alcance R$ 1,4 trilhão para o país, dos quais R$ 864 bilhões de benefícios seriam diretos (renda gerada pelo investimento e pelas atividades e os impostos recolhidos) e R$ 591 bilhões, devido à redução de perdas. Os custos incorridos para que se alcance a universalização devem somar R$ 639 bilhões. Assim, os benefícios excedem os gastos em R$ 816 bilhões, ou R$ 40,8 bilhões por ano, segundo o Trata Brasil.

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