‘Águas políticas turbulentas’: secretário da ONU adota tom otimista para avaliar COP30
Secretário da ONU para Mudanças Climáticas destaca união entre 194 países e defende aceleração da adaptação climática
COP30|Leonardo Meireles, do R7, em Brasília
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O secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, divulgou uma mensagem entre a decepção e o otimismo ao fim da COP30, em Belém. No texto, ele afirma que a cúpula ocorreu “em meio a águas políticas turbulentas”, mas demonstrou que a cooperação climática permanece viva.
Para Stiell, apesar dos impasses envolvendo combustíveis fósseis, 194 países reforçaram, de forma unificada, que o Acordo de Paris funciona e precisa ser ampliado com rapidez.
“Esta COP começou a atender a essas preocupações cotidianas. Não perfeitamente, não rápido o suficiente, mas concretamente”, considerou.
Segundo o secretário, a transição econômica e energética global já ultrapassou o ponto de retorno. Ele citou dados de investimento para justificar a avaliação: capitais destinados à energia renovável atualmente dobram o valor investido em petróleo, carvão e gás, o que revela um movimento de mercado e não apenas de política ambiental.
A mensagem também sublinhou o avanço de medidas consideradas essenciais para proteger populações vulneráveis diante de secas, enchentes e desastres extremos. Entre os compromissos assumidos durante a conferência estão:
- Triplicação do financiamento internacional para adaptação climática;
- US$ 1 trilhão direcionado a redes elétricas limpas;
- proteção e recuperação de milhões de hectares de florestas, terras e oceanos;
- iniciativas de resiliência alcançando mais de 400 milhões de pessoas.
Frustrações continuam
Stiell reconheceu, entretanto, que frustrações permaneceram.
“Muitos países queriam avançar mais rapidamente em relação aos combustíveis fósseis, ao financiamento e à resposta aos desastres climáticos crescentes. Entendo as frustrações, e compartilho muitas delas. Mas não podemos ignorar o quanto esta COP nos fez avançar”, continuou.
Com ou sem auxílios à navegação, nossa direção é clara: a transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis e a resiliência é imparável.
Mesmo assim, o secretário insistiu que a direção está estabelecida e não depende mais da vontade de poucos: energias renováveis, economia de baixo carbono e fortalecimento da adaptação climática tomam forma em escala internacional.
Cerca de 30 mil pessoas tomaram as ruas de Belém neste sábado para Marcha Global pelo Clima
Lis Cappi/R7/15.11.2025
Ele também fez um alerta sobre o papel da desinformação climática, que amplifica o medo provocado pela instabilidade econômica e tenta desacreditar a transição verde. Stiell avaliou que combater esse fenômeno é parte essencial do esforço global para proteger a população e preservar o debate público.
No fim, agradeceu à presidência da COP30 e ao Brasil e estimulou que as discussões climáticas não fiquem restritas às duas semanas anuais de conferência: “Agora vimos o espírito do mutirão em ação. Nossa tarefa é mantê-lo pelos próximos 50 semanas.”
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