Cobrança da ONU pelo fim dos combustíveis fósseis e defesa de Belém marcam início da COP30
Conferência reúne 194 países e a União Europeia; busca por financiamento será o mote do evento, que vai até 21 de novembro
COP30|Lis Cappi, do R7, enviada especial a Belém
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A Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas) começou oficialmente nesta segunda-feira (10) com previsão de fechar uma agenda de discussões com foco na ação climática e em impasses ligados ao financiamento.
Com 194 países e a União Europeia, a COP30 ratificou o embaixador André Corrêa do Lago como gestor desta edição da conferência. Ele defendeu a aproximação entre países na busca por soluções climáticas e celebrou avanços da agenda que será discutida nas próximas duas semanas em Belém (PA).
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Nos momentos iniciais da conferência nesta segunda, houve a cobrança por metas claras e mais eficazes de países contra o aquecimento global.
A mensagem foi apresentada por Simon Stiell — chefe da ONU para assuntos climáticos —, cujo discurso foi marcado pelo fim do uso dos combustíveis fósseis. O tema será um dos destaques da edição desta COP, tanto pela urgência de diminuir as emissões de gases poluentes à atmosfera quanto pela pesquisa por petróleo na Foz do Amazonas, autorizada pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no último dia 20 de outubro.
“Já concordamos que faremos a transição para longe dos combustíveis fósseis. Agora, é o momento de nos concentrarmos em como fazer isso de forma justa e ordenada. Concentrarmo-nos em quais acordos firmar para acelerar a triplicação das energias renováveis e a duplicação da eficiência energética“, destacou Stiell.
Recorde
Relatório publicado no início de novembro pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) mostra que as emissões de gases causadores de efeito estufa bateram recorde, com envio de mais de 575 bilhões de toneladas ao planeta em 2024.
As estimativas são de que 90% dessas emissões tenham relação com o uso de combustíveis fósseis, com impactos provocados por setores que vão da indústria ao transporte.
Meta de US$ 1,3 trilhão
O maior desafio da 30ª edição da COP será atingir a meta de US$ 1,3 trilhão de financiamento, definida há um ano na 29ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, ocorrida no Azerbaijão.
Para cumprir o objetivo, as presidências da COP29 e COP30 criaram um roteiro com medidas que poderiam ser incorporadas por países, como o aumento de doações de países desenvolvidos, a taxação dos super-ricos e a implementação de uma taxa de poluição.
Um dos pontos defendidos pela gestão brasileira para ser discutido em Belém é a confirmação, por parte de países desenvolvidos, de que poderão apoiar financeiramente outras nações para a realização de adaptações necessárias às mudanças climáticas. A agenda da conferência ainda está em discussão e não há confirmação se o ponto será incluído.
Defesa de Belém
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que discursou na abertura da COP30, defendeu a escolha de Belém como sede do evento. A indicação da capital paraense foi apresentada pelo governo brasileiro e se tornou alvo de questionamentos ligados à infraestrutura da cidade para receber a conferência.
Lula admitiu que houve desafios, mas ressaltou importância de a COP ocorrer na Amazônia. “Trazer a COP para o coração da Amazônia foi uma tarefa árdua, mas necessária”, declarou.
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