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A polêmica moeda comum do Mercosul só traria benefícios à falida economia argentina

País vizinho está com escassas reservas cambiais, enquanto o Brasil tem 372 bilhões de dólares sob a guarda do nosso Banco Central

Economia|Marco Antonio Araujo, do R7

Lula, em sua viagem oficial à Argentina, vai se encontrar com o ditador cubano Díaz-Canel
Lula, em sua viagem oficial à Argentina, vai se encontrar com o ditador cubano Díaz-Canel Lula, em sua viagem oficial à Argentina, vai se encontrar com o ditador cubano Díaz-Canel

Na bagagem de sua primeira visita oficial à Argentina, o presidente Lula leva um trambolho disforme: a insistente ideia da criação de uma moeda única (ou comum) para transações entre países do Mercosul (ou somente com a Argentina). Ainda sem pé nem cabeça, cercada de dúvidas, essa aventura monetária tem tudo para não dar em nada. Mas chama atenção pela perseverança do governo eleito em voltar ao tema.

Analisando os poucos argumentos que foram postos em debate, tudo indica que a única justificativa para dar prosseguimento ao “peso real” é ajudar os argentinos — atolados em uma crise econômica que comunga inflação com crescimento da pobreza e, principalmente, a profunda escassez de reservas cambiais. A Argentina está numa situação grave e sem muitas perspectivas.

Do ponto de vista brasileiro, não há ganhos nessa empreitada, nem mesmo o retorno do projeto político de reforçar a liderança do Brasil na América do Sul — algo, por si só, indiscutível. Então, por que criar lastro para o endividamento unilateral dos nossos vizinhos à custa dos nossos estimados 372 bilhões de dólares sob a guarda do Banco Central?

Mui amigo, Lula, não por acaso, pretendia aproveitar essa viagem a Buenos Aires para se encontrar com os presidentes de duas ditaduras de esquerda, o venezuelano Nicolás Maduro e o cubano Miguel Díaz-Canel. Sob o pretexto de retomar as relações diplomáticas interrompidas pelo governo Bolsonaro, iríamos presenciar o abraço de saudosos aliados ideológicos. 

Estaria tudo dentro da lógica petista de um Brasil como potência bolivariana, não fosse um detalhe que vem tomando enormes proporções: Lula, até o momento, não apresentou, por meio de seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um projeto econômico para o país. Essa ociosidade e falta de rumo talvez expliquem a persistência do governo nessa geringonça de moeda única ou comum. Tanto faz.

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