Ações da Americanas desabam 76% após revelação de falha contábil
Erros no balanço resultaram na renúncia do presidente-executivo da empresa, que estava no cargo havia apenas dez dias
Economia|Do R7
As inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões localizadas no balanço da Americanas (AMER3) já se refletiram no derretimento das ações da empresa nesta quinta-feira (12).
Os papéis da companhia permaneceram em leilão até o meio da tarde e, às 14h30 (momento da abertura), desabavam 76,25%, vendidos a R$ 2,85.
A queda momentânea corresponde a uma perda de R$ 9,15 na comparação com o encerramento do pregão da véspera, quando as ações eram negociadas a R$ 12.
As dívidas reveladas resultaram na renúncia do presidente-executivo da empresa, Sérgio Rial, que estava no cargo havia menos de dez dias. O comando da empresa será assumido interinamente por João Guerra, nome "não envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira" da Americanas.
Até o anuncio das inconsistências, o valor de mercado da Americanas, um dos maiores grupos varejistas da América Latina, é de cerca de R$ 11 bilhões. O patrimônio líquido da companhia no fim de setembro, período do último balanço contábil, era de R$ 14,7 bilhões.
Em 2022, as ações da Americanas derreteram 68,67% e fecharam o ano vendidas por R$ 9,65. Até o pregão das inconsistências contábeis, havia um ganho acumulado de quase 25% nos papéis da varejista.
A queda das ações da Americanas chegaram a puxar para baixo o desempenho de outras empresas do setor ao longo da manhã. Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VIIA3) recuaram, respectivamente, 8,58% e 10%. As perdas, no entanto, foram limitadas, e o Magazine Luiza já opera no azul. Vai ainda amagar perda de 3,5%.
Com as oscilações, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, opera em queda de 0,12% nesta tarde, aos 112.387 pontos. Mais cedo, o índice chegou a cair 1,32%, para 111.028 pontos.