Ações de Microsoft e Alphabet, dona do Google, decepcionam mercado e desabam
Empresas de tecnologia divulgaram na terça (25) os resultados do terceiro trimestre, com lucros mais baixos na comparação anual
Economia|Do R7, com AFP
Ações da Microsoft e da Alphabet, dona do Google, lideram as quedas das empresas de tecnologia na Bolsa de Nova York, que continuam sob pressão nesta quarta-feira (26). No dia anterior, elas divulgaram seus resultados do terceiro trimestre do ano, que ficaram bem abaixo das expectativas do mercado. Segundo analistas, as duas big techs podem ter nesta semana os piores desempenhos diários desde a crise causada pela pandemia de Covid-19, em março de 2020.
A Microsoft reportou lucro líquido de US$ 17,5 bilhões, 14% menor que o registrado no mesmo trimestre de 2021, enquanto o da Alphabet foi de US$ 13,9 bilhões, queda de 26,5% na comparação anual. Esses números levaram as ações das duas companhias a cair mais de 6%.
No mesmo período, no ano passado, a Microsoft teve lucro de US$ 20,505 bilhões. Agora, em 2022, sua receita cresceu 11%, e foi para US$ 50,1 bilhões. Em moeda constante, o lucro caiu 8%, e a receita subiu 16%.
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O lucro por ação foi de US$ 2,35, o que representa uma queda de 13% na comparação anual. A expectativa do mercado era de lucro por ação de US$ 2,31.
A receita da Alphabet no terceiro trimestre somou US$ 69,1 bilhões, um aumento de 6% sobre os US$ 65,1 bilhões de igual período de 2021. Apesar disso, esse foi o menor crescimento da receita da empresa desde 2013.
A dona do Google teve lucro por ação de US$ 1,06, ante US$ 1,40 do terceiro trimestre de 2021, e o lucro operacional da empresa recuou 18,5%, totalizando US$ 17,135 bilhões. A margem operacional caiu de 32% para 25%.
A Alphabet também reportou, para esse mesmo período, uma receita com anúncios de US$ 54,5 bilhões. O número veio acima do obtido no terceiro trimestre de 2021, mas ficou levemente abaixo do que era previsto por especialistas, US$ 57,0 bilhões.
Investidores demonstraram preocupação com a queda de 2% no faturamento com a publicidade veiculada no YouTube, que diminuiu de US$ 7,2 bilhões para cerca de US$ 7,0 bilhões, na comparação anual. Segundo analistas, no balanço da Alphabet, o único ponto positivo foi o aumento da receita dos negócios de Cloud (armazenamento de dados em nuvem), que chegou a US$ 6,9 bilhões, um aumento de 37%.
A computação em nuvem também foi um destaque positivo da Microsoft, mas insuficiente para amenizar o recado pessimista dado pela queda nas vendas de computadores pessoais. A diminuição das margens de lucro e a desaceleração no crescimento das receitas das duas companhias acenderam o sinal de alerta do mercado sobre o futuro do setor.