Agro foi fundamental para a economia em 2025, mas cenário para 2026 é de incerteza, diz CNA
Balanço do ano foi divulgado nesta terça-feira (9) pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
Economia|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília
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A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) divulgou nesta terça-feira (9) os resultados do agronegócio em 2025 no Brasil. Segundo a confederação, o agro foi fundamental para a melhora de alguns indicadores econômicos no país, como o PIB e a redução da inflação. No entanto, fatores como o ajuste fiscal em 2026 representam riscos e podem desafiar os produtores rurais.
Ao apresentar o balanço anual e as projeções para o próximo ano, a entidade reforçou que o avanço do agronegócio foi determinante para segurar a inflação — que é estimada em 4,4% para o fim de 2025 — e para sustentar o crescimento econômico.
A CNA calcula que o PIB do setor deve crescer 9,6% neste ano, chegando a R$ 3,13 trilhões, mas deve desacelerar para 1% em 2026. Eles afirmam que, sem esse crescimento, existiria o risco de um “novo descumprimento” da meta de inflação, o que manteria a taxa Selic — atualmente em 15% — por mais tempo em alta.
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Desafios para 2026
Apesar de 2025 ter sido positivo, as previsões indicam que, no próximo ano, o setor entra em ambiente fiscal considerado delicado.
Segundo a CNA, o governo deve recorrer ao aumento de receitas, com maior fiscalização e criação de novas bases de arrecadação, para tentar cumprir as metas fiscais. Esse movimento pode ampliar pressões sobre o setor produtivo e frear o crescimento econômico.
A falta de estímulo ao seguro rural em 2025 deve continuar no próximo ano. O PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) teve o pior desempenho desde 2007 e cobriu menos de 5% da área agricultável do país.
“Boa parte desses bons resultados de 2025 mostram que as coisas não acontecem de um ano para o outro. Precisamos de políticas estruturantes para que o setor continue crescendo”, afirmou Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA.
Comércio exterior
Os desafios também tendem a se estender no comércio exterior, já que os Estados Unidos devem manter uma postura comercial alinhada ao tarifaço do governo Trump.
Caso as tarifas extras de 40% sigam em vigor, o prejuízo pode chegar a US$ 2,7 bilhões, o que é cerca de 22% do que o Brasil exporta para o país.
As negociações do acordo Mercosul-União Europeia devem avançar em 2026, mas não sem riscos. A CNA chama atenção para possíveis salvaguardas que a UE pode aplicar a produtos agrícolas do bloco sul-americano, o que reduziria parte dos ganhos esperados.
*Sob supervisão de Bruna Lima
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