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Alívio parcial do tarifaço reduz pressão, mas mantém efeitos sobre exportações brasileiras

Setores estratégicos seguem sujeitos à sobretaxa de 40%, apesar da retirada de tarifas para parte dos produtos

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Retirada parcial da tarifa de 40% dos EUA oferece alívio momentâneo, mas não elimina os efeitos negativos do tarifaço.
  • Setores como café, carne bovina e frutas ainda enfrentam tarifas altas, resultando em pressão contínua sobre as exportações brasileiras.
  • Economistas divergem sobre o impacto no PIB, com estimativas de queda sendo consideradas como cenários extremos.
  • A decisão dos EUA reflete fatores internos, como a pressão de consumidores devido à inflação, e a revisão das tarifas deve ser gradual.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

EUA anunciaram retirada do tarifaço de 40% sobre alguns produtos brasileiros Tânia Rêgo/Agência Brasil

A retirada pelos Estados Unidos da tarifa extra de 40% sobre alguns produtos brasileiros oferece alívio momentâneo, mas não elimina os impactos do tarifaço imposto meses atrás. Economistas ouvidos pelo R7 afirmam estar diante de um ajuste pontual, com efeitos limitados sobre os setores mais afetados.

Segundo o economista Hugo Garbe, o impacto das mudanças ainda é restrito. “A decisão trouxe um alívio momentâneo, mas está longe de resolver a dor de cabeça criada pelas sobretaxas”, afirma.


Ele destaca que café, carne bovina e frutas tropicais permanecem sujeitos à tarifa de 40%, mantendo pressão sobre áreas relevantes da pauta exportadora.

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Garbe explica que, apesar da retirada das tarifas para 238 itens, grande parte das exportações brasileiras segue com barreiras adicionais, reduzindo competitividade e abrindo espaço para concorrentes.


O especialista aponta que, sem ações compensatórias, o tarifaço poderia reduzir o PIB em até 0,2 ponto percentual entre 2025 e 2026.

César Bergo, professor de mercado financeiro da UnB, avalia de forma diferente o impacto sobre a atividade econômica. Ele afirma que a estimativa de queda de 0,2 ponto percentual no PIB representava apenas um cenário extremo.


“Esse impacto só iria acontecer na pior das hipóteses. Então, não deve acontecer um impacto no PIB”, afirma.

Fatores internos dos EUA

Bergo concorda que a retirada parcial das sobretaxas não elimina os efeitos do tarifaço, mas entende que a medida reduz pressões específicas e tende a gerar impacto mais limitado sobre a economia como um todo.


Ele observa que setores ainda sujeitos à tarifa de 40% continuarão sob pressão adicional sobre preços, embora os efeitos macroeconômicos devam ser mais distribuídos e menos intensos.

O economista também indica que a revisão das tarifas então adotadas pelos Estados Unidos foi influenciada por fatores internos. Segundo ele, a inflação acumulada nos últimos meses elevou o custo para consumidores americanos, gerando reclamações direcionadas aos congressistas diante da alta de preços.

“Você teve inflação, o café subiu de preço, carne também. Isso acabou gerando, por parte do consumidor americano, uma pressão junto a congressistas, e os congressistas pressionaram a Casa Branca”, afirma.

Bergo avalia ainda que a revisão tarifária tende a ser gradual e alinhada ao debate interno dos Estados Unidos, com menor influência das negociações comerciais com países parceiros.

“Essa agenda está muito ligada ao ambiente político interno americano, e o Brasil acaba sendo impactado conforme esses movimentos avançam”, diz.

Mesmo com a retirada parcial das tarifas, ambos os economistas concordam que o Brasil seguirá enfrentando custos adicionais e perda de competitividade em itens estratégicos, especialmente os de maior peso na pauta exportadora.

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