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Alta de combustível eleva previsão da inflação para 7,5%, diz FGV

O impacto será não apenas pelo efeito no preço dos combustíveis, mas pela irradiação desses reajustes na economia

Economia|Do R7


Aumento nas refinarias será de 18,7% na gasolina, 24,9% no diesel e 16% no gás
Aumento nas refinarias será de 18,7% na gasolina, 24,9% no diesel e 16% no gás

Os aumentos anunciados nesta quinta-feira (10) pela Petrobras elevam as pressões inflacionárias no país, não apenas pelo impacto da alta dos combustíveis, mas pela irradiação desses reajustes na economia de forma geral. A avaliação é do coordenador dos Índices de Preços do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas, André Braz.

A estimativa do economista para a inflação oficial do ano, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), após os aumentos, sobe de 6,2% para 7,5%, informa, levando em conta apenas a elevação de preço dos combustíveis.

Nesta quinta, a Petrobras anunciou que a partir da sexta-feira (11) o preço nas suas refinarias será elevado em 18,7% na gasolina; 24,9% no diesel; e 16% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ou gás de cozinha.

Segundo o economista, o impacto total da alta da gasolina, do diesel e do gás de cozinha será de 1,52 ponto percentual (p.p.) nos próximos 30 dias. Mas como o mês de março já está no dia 10, observou, o impacto em março será de 1,05 p.p., e mais 0,47 p.p. em abril.

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"Minha estimativa era que o IPCA em março seria de 0,7%, com o aumento pode alcançar 1,75%, e para abril a estimativa era de 0,6% e pode fechar em torno de 1%. Vamos ter dois meses de pressão dos combustíveis no IPCA", calcula Braz.

Ele advertiu, porém, que esse é apenas o efeito direto do reajuste, já que a alta de preços afeta o transporte rodoviário, que é intensivo em diesel; o ônibus urbano, que já represa há algum tempo o reajuste, terá maior pressão; as máquinas agrícolas que se movimentam no campo com diesel; entre outros. "A estimativa do impacto indireto é difícil porque é muito espalhada, mas não será desprezível e vai acelerar muito a pressão inflacionária em 2022", explica.

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Segundo Braz, esse aumento tem relação direta com a guerra entre Rússia e Ucrânia e, mesmo que o conflito cesse nos próximos dias, ainda vai levar um tempo para o preço da commodity baixar, e ele deve continuar alto por alguns meses.

"Mesmo que a guerra termine amanhã, os embargos contra a Rússia vão continuar. Isso vai mexer com a logística da distribuição de petróleo, e isso mexe com o preço, pode manter o preço em patamar mais alto", afirma.

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Ele destaca que a Rússia tem um peso muito grande no setor de petróleo, e por esse motivo a alta do petróleo pode ser mais persistente e com isso influenciar ainda mais a inflação do ano.

Depois de tocar os US$ 139,13 na última segunda-feira (7), o preço do petróleo vem cedendo e nesta quinta-feira a commodity era cotada a US$ 112,11 o barril.

O governo brasileiro e o Congresso Nacional buscam uma solução para evitar que a grande volatilidade externa da commodity continue a contaminar os preços internos, porém não existe consenso sobre a melhor medida a ser tomada e nada foi decidido.

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