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Análise: juros podem passar de remédio amargo a veneno com dose muito alta

Analista pontua que país vive momento delicado com inadimplência elevada e gastos públicos excessivos

Economia|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Banco Central mantém a taxa básica de juros em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva.
  • Economista Miguel Daoud alerta que condições fiscais elevam a inadimplência e dificultam a redução futura da taxa.
  • O Brasil enfrenta uma dívida pública alta, prevista para alcançar quase 90% do PIB.
  • Daoud considera a taxa de juros como um "remédio amargo", que deve ser dosado adequadamente.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nesta terça-feira (16), o Banco Central publicou a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano pela quarta vez seguida.

O documento aponta que o cenário, considerado de “elevada incerteza”, pesou na decisão do colegiado e reforça que manter os juros por um período “prolongado” é visto como “adequado” para garantir que a inflação permaneça dentro da meta.


Banco Central indica avanço positivo na economia, mas que cenário ainda não é propício para cortes de juros REPRODUÇÃO/RECORD NEWS

Segundo análise do economista Miguel Daoud, o comunicado indica que a autoridade monetária vê a queda da inflação como positiva, mas ainda precisa se alinhar ao centro da meta.

“O Banco Central está dizendo que a inflação está caindo, mas ele está subentendendo que quer que essa taxa de inflação venha para o centro da meta, que é de 3%. Nós estamos um pouco abaixo do teto da meta, de 4,5%. E, segundo ele, não vai correr para reduzir a taxa de juros”, comenta.


Ao Conexão Record News de terça-feira (16), Daoud explica que a taxa de juros está em 15% e, embora exista espaço para redução, ela não deve cair para um dígito por conta das condições fiscais do país.

A dívida pública pode chegar a quase 90% do PIB (Produto Interno Bruto), o que é considerado elevado. Essa situação é prejudicial à atividade econômica, pois o Brasil enfrenta aumento da inadimplência, empresas com dificuldades para honrar compromissos e o setor agropecuário, principal motor da economia, recorrendo cada vez mais à recuperação judicial.


Na conclusão de sua análise, o especialista pondera que, apesar de os juros serem considerados um remédio amargo na economia, é necessário aplicá-los de maneira proporcional.

“A diferença entre o remédio e o veneno é a dosimetria, o quanto você vai dar. E essa dose dos juros é muito alta”.


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