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Ao menos 3 grupos avaliam leilão de privatização da Cesp, diz fonte

Economia|Do R7

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - O interesse de investidores pelo leilão de privatização da Cesp, elétrica controlada pelo governo do Estado de São Paulo, aumentou após o governo federal autorizar negociações para a renovação por 30 anos do contrato de concessão do principal ativo da companhia, a hidrelétrica de Porto Primavera, disse à Reuters uma fonte que acompanha o processo.

O governo paulista chegou a agendar a desestatização da empresa no ano passado, mas suspendeu a licitação devido à falta de interesse de investidores na geradora, cujos contratos venceriam todos até 2028. Agora, ao menos três grupos têm demonstrado um maior apetite pelo negócio, adicionou a fonte, que falou sob a condição de anonimato.

Entre os que analisam a Cesp no momento há empresas do setor elétrico --os chamados investidores estratégicos, principalmente europeus-- e agentes financeiros, como fundos de private equity, além de uma empresa chinesa que ainda não possui ativos no Brasil, segundo a fonte, que não revelou os nomes dos interessados.


O movimento representa um avanço frente à última tentativa, quando apenas a Equatorial Energia acessou as informações sobre a companhia e um investidor financeiro demonstrou algum interesse mais ao final do processo.

Mas a concretização do apetite dos investidores deverá se dar a partir da publicação do edital, previsto para a segunda semana de maio, afirmou a fonte.


Isso porque o governo paulista ainda vai decidir se manterá com a Cesp todos os atuais passivos da companhia, que têm assustado alguns investidores, como a francesa Engie.

Também entra nessa discussão o destino de indenizações bilionárias que a empresa luta na Justiça para receber do governo federal devido ao vencimento do contrato de algumas de suas usinas.


A tendência no momento é que o modelo de privatização preveja algum tipo de compartilhamento tanto dos passivos quanto dos potenciais ganhos futuros da empresa nessas ações.

"O governo poderia ficar com até determinada porcentagem do passivo, até um teto, um valor teto... e compartilhar também eventuais 'upsides'", afirmou a fonte.

A decisão deverá ser tomada pelo governo de São Paulo nas próximas semanas.

O governo paulista também deverá decidir se mantém o preço definido no ano passado para a companhia, de 16,80 reais por ação.

Novamente, não há decisão, mas provavelmente o valor será mantido ou reduzido, dada a falta de interesse na licitação em 2017, adicionou a fonte.

A Cesp opera cerca de 1,65 gigawatt em hidrelétricas em São Paulo, a maior parte concentrada na usina de Porto Primavera, de 1,54 gigawatt.

O empreendimento, no entanto, é alvo de diversas ações judiciais, muitas delas referentes a desapropriações feitas no passado para as obras da hidrelétrica.

O diretor-financeiro da Engie Brasil Energia, Carlos Freitas, disse na semana passada que a empresa está de olho em como esses passivos serão tratados no edital de privatização.

Se a decisão do governo paulista for por manter todos os passivos na companhia, em um modelo "porteira fechada", possivelmente o interesse maior na privatização será dos investidores financeiros, que têm maior disposição a tomar esse tipo de risco, disse a fonte próxima às conversas sobre o processo.

Analistas do UBS escreveram em relatório nesta semana que a renovação do contrato de Porto Primavera "deve atrair mais compradores para a Cesp" e que a empresa é "um alvo atrativo" para aquisição. Eles ressaltaram, no entanto, que ainda não há evidências sobre quais seriam os possíveis participantes do leilão da elétrica.

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