Apenas 10% dos reajustes salariais superaram a inflação em agosto
No mês, 67% das negociações resultaram em perda real aos trabalhadores e 23,5% apenas repuseram o poder de compra
Economia|Do R7
Somente 9,5% das negociações trabalhistas efetivadas no mês de agosto resultaram em ganho salarial acima da inflação aos profissionais brasileiros, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (22) pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Conforme o levantamento, os reajustes medianos conquistados pelos trabalhadores no mês passado foram de 8,5%, valor 1,4% inferior ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 9,9% no acumulado dos últimos 12 meses.
Assim, 67% das negociações firmadas em agosto resultaram em perda real aos trabalhadores e as demais 23,5% apenas repuseram o poder de compra às categorias. No acumulado do ano, mais da metade (50,5%) dos acordos reajustaram os salários em proporção abaixo do índice de preços
De acordo com o levantamento feito com base em dados do Ministério da Economia, a situação foi pior aos profissionais que tiveram os reajustes negociados a partir de acordos coletivos (+8%) do que o das convenções (+9,1%). Com a atualização dos dados, o piso médio oferecido aos trabalhadores nas negociações ficou em R$ 1.396.
A partir dos dados, os pesquisadores apontam que agosto foi o mês mais cruel dos últimos 12 meses aos trabalhadores, já que superou a diferença entre os reajustes salariais e a taxa de inflação de 1,2 ponto percentual apurada em julho.
Entre os setores, apenas o comércio atacadista e varejista (0%) teve um reajuste que repôs a inflação e manteve o poder de compra dos trabalhadores. Por outro lado, os segmentos de refeições coletivas (-8,4%) e hospitais e serviços de saúde lideraram as perdas reais aos profissionais.
Já na análise entre os Estados que somaram cinco ou mais negociações no período de apuração, somente o Rio Grande do Sul (0%), Santa Catarina (0%) e o Paraná (0%) contemplaram os colaboradores com uma reposição do INPC e sem perda real. Na contramão, as maiores perdas ocorreram no Rio de Janeiro (-4,9%) e no Espírito Santo (-4%).