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Aperto monetário indica queda do dólar, avaliam economistas; BC vai leiloar US$ 4 bi de reservas

Em meio a instabilidade da moeda americana, Banco Central anuncia leilão de reservas internacionais com compromisso de recompra

Economia|Do R7, em Brasília, com informações da Agência Brasil

Dólar comercial encerrou quarta-feira vendido a R$ 5,968, com queda de 1,3%
Dólar comercial encerrou quarta-feira vendido a R$ 5,968, com queda de 1,3% Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e a afirmação de que esse reajuste pode se repetir em reuniões futuras caso a inflação não seja controlada surpreendeu economistas. A avaliação é a de que esse reajuste pode servir para reduzir o valor do dólar, que nessa quarta-feira (11) fechou em queda e abaixo de R$ 6, antes do anúncio do comitê.

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“A Bolsa deve abrir em baixa, por conta da pressão dos juros locais, assim como os juros futuros precificando um cenário de mais altas. Acredito que o real deve se valorizar perante o dólar pela atração de fluxo com juros mais altos, que remunera melhor o capital estrangeiro”, opinou o planejador financeiro e especialista em mercado de capitais Idean Alves.

Segundo o estrategista de investimentos Marcelo Bolzan, “mesmo que juros elevados sejam ruins para a Bolsa, o comunicado vai passar um recado importante de que o Banco Central vai buscar convergir a inflação para o centro da meta”. “Então, acho que o mercado vai ver isso com bons olhos. A tendência é que a Bolsa abra o dia de forma positiva, e pode ser que o dólar recue um pouco mais”, analisou.

Após a divulgação do comunicado do Copom, o Banco Central anunciou outra medida para lidar com a instabilidade da moeda americana, decidindo intervir no câmbio pela primeira vez em quase um mês para segurar a alta do dólar. A autoridade monetária leiloará nesta quinta-feira (12) até US$ 4 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, quando o dinheiro é comprado de volta às reservas meses mais tarde.


A autoridade monetária informou que fará dois leilões de até US$ 2 bilhões durante a manhã. As operações de recompra ocorrerão em 4 de fevereiro de 2025 para o dinheiro vendido no primeiro leilão e em 2 de abril de 2025 para o dinheiro vendido no segundo leilão.

O dólar comercial encerrou a quarta-feira vendido a R$ 5,968, com recuo de R$ 0,079 (-1,3%). A cotação alternou altas e baixas até as 13h, ficou em torno de R$ 6,01 a maior parte da tarde e despencou após a notícia de que o presidente Lula será submetido a um novo procedimento nesta quinta-feira (12) para prevenir novas hemorragias no crânio.


Na mínima do dia, por volta das 16h35, minutos após a divulgação da notícia, a moeda chegou a R$ 5,95. Essa foi a primeira vez desde 28 de novembro que o dólar fechou abaixo de R$ 6.

Peso da inflação

Ao aumentar a Selic em 1 ponto percentual, o Copom afirmou que “o cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”.


Na terça-feira (10), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), inflação oficial do Brasil, teve alta de 0,39% em novembro, o que fez o acumulado do indicador em 12 meses chegar a 4,87%.

A meta da inflação definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2024 é 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O máximo que o indicador pode chegar, portanto, é 4,5%. A meta é considerada descumprida quando a inflação fica fora do intervalo de tolerância no acumulado de 12 meses.

O Copom destacou que “a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude [alta de 1 ponto percentual] nas próximas duas reuniões”, afirmou o comitê.

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