ArcelorMittal retira mais 30 famílias da casas próximas a barragem em Itatiaiuçu (MG)
Economia|Do R7
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A ArcelorMittal decidiu retirar cerca de 30 famílias de casas próximas à mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu (MG), após atualizar estudo sobre áreas que poderiam ser atingidas em um caso hipotético de rompimento de barragem que atende ao empreendimento, informou a companhia nesta quinta-feira.
A empresa frisou que não houve qualquer alteração no nível de emergência da barragem, que permanece no nível 2. A estrutura está desativada desde 2012.
O risco da estrutura foi elevado para o nível 2 em fevereiro, após o rompimento mortal de uma barragem de rejeitos da Vale, em Brumadinho (MG), em janeiro. Na ocasião, foram retiradas 200 pessoas de suas casas em Itatiaiuçu.
O desastre da Vale impulsionou uma revisão profunda em diversas atividades minerárias do Brasil, com o objetivo de trazer mais segurança às barragens.
"A Mina de Serra Azul tem trabalhado com as autoridades e com especialistas independentes para atualizar os modelos para a barragem desativada", disse a Arcelor. "Após a atualização da análise teórica de rompimento de barragem e adotando premissas mais conservadoras, a área potencial de impacto foi ampliada, mantendo uma margem de segurança maior."
A barragem da Arcelor foi construída pelo método de construção a montante, mesmo utilizado na barragem rompida de Brumadinho, que contabiliza até agora 246 mortos e 24 desaparecidos, além de causar diversos impactos ambientais e sociais.
O método a montante também foi utilizado na barragem da Samarco em Mariana (MG) que se rompeu em 2015, deixando 19 mortos e causando o maior desastre ambiental o Brasil.
A Arcelor destacou que a mina Serra Azul hoje não necessita da barragem para operar. A empresa utiliza atividades que não geram rejeito úmido, com técnicas de empilhamento a seco e em cava. A mina, segundo a Arcelor, produz atualmente 1,2 milhão de toneladas de concentrado e minério granulado.