Aumenta de 2% para 3,5% fatia que super-ricos detêm da riqueza global
Relatório da Desigualdade Mundial mostra que políticas fiscais garantiram ganhos dos bilionários de todo o planeta
Economia|Do R7
A fatia que os bilionários detêm da riqueza global das famílias aumentou de maneira recorde durante a pandemia de Covid-19, e os milionários também saem da pandemia na frente, revelou um estudo nesta terça-feira (7).
Produzido por uma rede de cientistas sociais, o Relatório da Desigualdade Mundial estima que neste ano os bilionários possuem coletivamente 3,5% da riqueza global das famílias, mais do que os pouco mais de 2% vistos no início da pandemia, surgida no começo de 2020.
"A crise da Covid exacerba as desigualdades entre os muito ricos e o resto da população", disse o autor principal do levantamento, Lucas Chancel, ressaltando que economias ricas usaram um apoio fiscal maciço para mitigar os aumentos de pobreza acentuados vistos em outras partes.
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O relatório se valeu de uma variedade de pesquisas especializadas e dados de domínio público e seu prefácio foi escrito por Abhijit Banerjee e Esther Duflo, economistas radicados nos Estados Unidos e dois membros do trio que recebeu um Prêmio Nobel por seu trabalho sobre a pobreza em 2019.
"Como a riqueza é uma grande fonte de ganhos econômicos futuros e, cada vez mais, de poder e influência, isto é um presságio para aumentos adicionais da desigualdade", escreveram eles sobre o que classificaram de uma "concentração extrema de poder econômico nas mãos de uma minoria muito pequena dos super-ricos".
As conclusões corroboram uma série de estudos existentes, "listas de ricos" e outros indícios que apontam para um aumento das desigualdades em questões de saúde, sociais, de gênero e de raça durante a pandemia.