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Banco Central mantém Selic em 15%, maior patamar em quase 20 anos

Decisão unânime do Copom ocorre em ‘superquarta’; Fed reduziu juros nos EUA pela primeira vez em nove meses

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Copom decide manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior nível desde 2006.
  • A nova taxa deve permanecer por pelo menos 45 dias, até próxima reunião do Banco Central.
  • Expectativa de analistas indica que a política monetária continuará contracionista devido à inflação desancorada.
  • Taxas elevadas impactam o crédito, limitando consumo e produção para conter a inflação.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Diretoria do Copom manteve manteve Selic a 15%, reforçando política contracionista Divulgação/Banco Central

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17), de forma unânime, manter a taxa básica de juros em 15% ao ano. A expectativa predominante entre analistas financeiros indicava estabilidade no patamar atual, o maior desde 2006.

Essa taxa valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se reunir para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.


Segundo o Banco Central, a manutenção da Selic em 15% ao ano busca não apenas controlar a inflação, mas também reduzir os impactos de flutuações na economia e contribuir para o pleno emprego.

O comitê afirmou que seguirá avaliando se esse nível de juros será suficiente para alcançar a meta de inflação e que não hesitará em ajustar a política monetária caso seja necessário.


“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”

Evolução da Selic ao longo dos meses Luce Costa/Arte R7

Avaliação do Copom

Segundo o Copom, o cenário externo ainda é marcado por incertezas, especialmente em razão da política econômica dos Estados Unidos e de tensões geopolíticas. Isso tem afetado os mercados e exigido cautela de países emergentes, como o Brasil.


“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, detalhou o Copom.

No cenário interno, o comitê avaliou que a economia brasileira cresce de forma moderada, mas o mercado de trabalho continua aquecido. A inflação, medida de diferentes formas pelo Banco Central, segue acima da meta, e as projeções para 2025 e 2026 apontam 4,8% e 4,3%, respectivamente — acima do nível desejado pelo governo. A previsão do Copom para o início de 2027 é de 3,4%.


“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, informou o comitê.

Reunião de julho

No encontro anterior, realizado no fim de julho, o comitê interrompeu o ciclo de sete altas consecutivas iniciado em setembro de 2024.

Na última ata, o comitê reforçou que a Selic deveria continuar em patamar elevado já que política monetária seguiria “significativamente contracionista” por “período bastante prolongado”, enquanto as expectativas de inflação permanecem desancoradas.

Superquarta no Brasil e nos EUA

O anúncio desta quarta-feira ocorre durante a chamada “superquarta” — quando decisões sobre juros são divulgadas simultaneamente por autoridades monetárias do Brasil e dos Estads Unidos.

O Fed (Federal Reserve), banco central americano, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4% a 4,25% ao ano.

A decisão veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. O corte foi o primeiro em nove meses. A última redução havia ocorrido em dezembro do ano passado, quando a taxa foi fixada entre 4,25% e 4,5% ao ano.

Projeções do mercado

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros em 2025, projetando que a Selic encerre o ano em 15% ao ano, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central.

Para os anos seguintes, houve ajustes pontuais. A previsão para 2026 recuou de 12,50% para 12,38% ao ano, enquanto, para 2027, a expectativa segue em 10,50% ao ano.

O que é a Selic?

A Selic representa o principal instrumento de controle do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Taxas elevadas encarecem o crédito, limitam o consumo e a produção e podem desacelerar o crescimento econômico.

Na prática, elevações na Selic aumentam os juros aplicados a financiamentos, empréstimos e cartões de crédito, desestimulando a demanda e contribuindo para a contenção da inflação.

Histórico

Entre agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic permaneceu em 13,75% ao ano. Em seguida, ocorreram seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual e outro de 0,25, reduzindo a taxa para 10,5% em maio de 2024.

Esse patamar vigorou até setembro do mesmo ano, quando o Copom iniciou uma nova série de elevações, levando os juros para 10,75%.

Desde então, houve sete aumentos sucessivos, até atingir os atuais 15% — o nível mais elevado desde 2006.

Perguntas e respostas

Qual foi a decisão do Copom em relação à taxa Selic?

O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, de forma unânime.

Por quanto tempo a nova taxa Selic será mantida?

A nova taxa valerá por pelo menos 45 dias, até a próxima reunião do Banco Central, onde a conjuntura econômica será discutida novamente.

O que aconteceu na reunião anterior do Copom?

Na reunião anterior, o comitê interrompeu um ciclo de sete altas consecutivas que havia começado em setembro de 2024.

Qual é a expectativa do Copom em relação à política monetária?

O comitê reforçou que a Selic deve permanecer em um patamar elevado, pois a política monetária seguirá “significativamente contracionista” por um “período bastante prolongado”, devido às expectativas de inflação que permanecem desancoradas.

O que é a “superquarta” mencionada no anúncio?

A “superquarta” é o dia em que decisões sobre juros são divulgadas simultaneamente por autoridades monetárias do Brasil e dos Estados Unidos.

Qual foi a decisão do Fed em relação às taxas de juros?

O Fed reduziu as taxas de juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4% a 4,25% ao ano, sendo essa a primeira redução em nove meses.

Qual é a previsão dos economistas para a Selic em 2025?

Os economistas mantiveram a estimativa de que a Selic encerre o ano de 2025 em 15% ao ano, conforme o boletim Focus divulgado pelo Banco Central.

Como a Selic afeta a economia?

A Selic é o principal instrumento de controle do IPCA e taxas elevadas encarecem o crédito, limitam o consumo e a produção, podendo desacelerar o crescimento econômico.

O que ocorreu com a Selic entre agosto de 2022 e junho de 2023?

Durante esse período, a Selic permaneceu em 13,75% ao ano, seguido por seis cortes consecutivos e um adicional, reduzindo a taxa para 10,5% em maio de 2024.

Quando a Selic foi elevada para 15%?

A Selic foi elevada para 15% após uma série de sete aumentos sucessivos, atingindo o nível mais elevado desde 2006.

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