Banco Mundial vê inflação elevada pressionando a renda das famílias e o PIB
Marcello Casal JrAgência Brasil - 16.09.2021O Banco Mundial revisou levemente para cima a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos — brasileiro em 2022, a 1,5%, de acordo com o relatório "Prospectos Econômicos Globais", divulgado nesta terça-feira (7). Na edição de janeiro do mesmo documento, a instituição havia projetado que a maior economia da América Latina cresceria 1,4% neste ano.
A entidade, por outro lado, cortou drasticamente a estimativa para a expansão econômica do Brasil em 2023, de 2,7% a 0,8%. Para 2024, a expectativa é por um avanço de 2%.
Segundo a análise, após um começo de ano "sólido", o Brasil deve registrar enfraquecimento das condições, à medida que a inflação elevada pressiona a renda das famílias. A estagnação de investimentos de empresas e incertezas políticas também são citadas como responsáveis pelo cenário.
O documento ressalta que programas extraordinários para permitir o saque de fundos de seguro contra desemprego trarão alívio às famílias, mas podem impulsionar a inflação. "Em 2023, o impulso fraco e os efeitos em curso da política monetária apertada nos investimentos e na atividade devem limitar o crescimento", avalia.
O Banco Mundial ressalta que a invasão da Ucrânia pela Rússia pesa sobre a atividade em grande parte dos países emergentes. A instituição diminuiu a previsão de crescimento dessas economias em 2022, de 4,6% a 3,4%, e em 2023 de 4,4% a 4,2%. Projeta ainda que o avanço em 2024 será de 4,4%.
Para a China, a entidade reduziu a projeção de crescimento neste ano em 0,8 ponto percentual, a 4,3%, e em 2023 de 5,3% a 5,2%, com leve desaceleração esperada para 2024, a 5,1%. O país asiático enfrenta desaceleração induzida por surtos de Covid-19, que levam à imposição de restrições em várias cidades.
Segundo o banco, as medidas de política fiscal e monetária do governo devem promover apoio maior que o esperado anteriormente.
"Repetidos surtos de Covid-19 e rigorosos lockdowns nas principais cidades reduziriam a recuperação da atividade de consumo e serviços, prejudicaria as cadeias de suprimento e pesaria sobre a confiança de investidores", ressalta o documento, que acrescenta que o mercado imobiliário residencial chinês segue em "estresse financeiro".