Economia Bayer diz que não tolera "comportamento antiético" após inquérito sobre dossiê da Monsanto na França

Bayer diz que não tolera "comportamento antiético" após inquérito sobre dossiê da Monsanto na França

Reuters

Por Douglas Busvine

FRANKFURT (Reuters) - A Bayer disse neste sábado que não tolera “comportamento antiético”, após o surgimento de uma investigação na França sobre um suposto dossiê da Monsanto, sua subsidiária produtora de sementes, preparado com o objetivo de influenciar diversas personalidades francesas.

A procuradoria da França disse nesta sexta-feira que abriu um inquérito após uma queixa feita pelo diário Le Monde.

De acordo com o jornal e outros veículos de imprensa franceses, a Monsanto montou um dossiê com cerca de 200 nomes, incluindo jornalistas e parlamentares, com o intuito de influenciar as posições deles sobre pesticidas.

O dossiê, segundo noticiou o Le Monde, remonta a 2016, e foi vazado da agência de relações públicas e marketing FleishmanHillard, dos Estados Unidos.

Em nota enviada por email, a Bayer não quis comentar sobre a investigação, alegando não ter conhecimento sobre os documentos citados nas alegações.

“Nós defendemos a abertura e o tratamento justo para todos os grupos de interesse. Não aceitamos qualquer comportamento antiético em nossa companhia”, diz o texto. “Isso obviamente também se aplica em relação às regulações sobre privacidade de dados respectivas a cada país”.

A FleishmanHillard disse na sexta-feira que investigará as alegações do Le Monde. A companhia vai “examinar as questões levantadas por determinados veículos de mídia sobre as listas de formadores de opinião, que traziam informações disponíveis publicamente”, disse a empresa em nota.

A Bayer, que comprou a Monsanto por 63 bilhões de dólares no ano passado, é alvo de litígios crescentes ligados ao produto Roundup, um herbicida sistêmico, de amplo espectro, feito com base na substância glifosato.

Em agosto de 2018, um júri dos EUA considerou a empresa responsável pelo fato de a Monsanto não ter alertado os usuários de Roundup sobre riscos de câncer ligados ao produto.

A Bayer sofreu derrota judicial similar em decorrência do herbicida no mês passado. Mais de 13 mil pessoas processaram a empresa por indenização. A companhia disse ainda no mês passado que pretende se defender em todos os processos.

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