BC prevê novas altas dos juros caso inflação não recue como esperado
Copom garante que 'se manterá vigilante' para avaliar se a manutenção dos juros no maior nível desde 2017 será capaz de assegurar a convergência da inflação para o centro da meta
Economia|Do R7
O BC (Banco Central) divulgou nesta terça-feira (13) a ata com as motivações que resultaram na segunda manutenção seguida da taxa básica de juros da economia brasileira no maior patamar desde 2017.
No documento, o Copom (Comitê de Política Monetária) afrima que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e garante que "não hesitará" em retomar o ciclo de ajuste dos juros caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
As percepções levam em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
"O Comitê se manterá vigilante, para avaliar se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação", ressalta a ata.
De acordo com o BC, o ambiente inflacionário "ainda continua desafiador", apesar da normalização nas cadeias de suprimento e de uma acomodação nos preços das principais commodities (matérias-primas). "O baixo grau de ociosidade do mercado de trabalho em algumas economias, aliado a uma inflação corrente elevada e com alto nível de difusão, sugere que pressões inflacionárias no setor de serviços devem demorar a se dissipar", afirma a ata.