BNDES anuncia ampliação no financiamento para cooperativas de crédito e agronegócio
Mudanças ampliam alcance do programa Procapcred e dobram linha em dólar do crédito rural, que agora é de R$ 8 bilhões
Economia|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta sexta-feira (2) mudanças no alcance do programa Procapcred, voltado para o fortalecimento da estrutura patrimonial das cooperativas de crédito do país. A instituição também apresentou uma ampliação em R$ 4 bilhões na linha em dólar para o setor agropecuário, que passa a ser o equivalente a R$ 8 bilhões.
Entre as alterações estão o ajuste do limite de financiamento de 30 mil para 100 mil e aumento do limite do prazo total do benefício, que passa para até 15 anos para regiões Norte e Nordeste e até 12 anos para os demais locais.
O benefício antes era limitado a pessoas físicas e jurídicas definidas como cooperados autônomos. Com a mudança, o Procapcred passa a contemplar qualquer cooperado, desde que sejam naturais residentes e domiciliados no país.
Foram anunciadas medidas adicionais para cooperados do Norte e Nordeste, que passam a ter uma redução anual de 1,1% para 0,8% no spread básico, referente à diferença entre o preço da compra e da venda de uma transação financeira.
Com uma ampliação orçamentária em R$ 2 bilhões, a dotação do programa passa para R$ 3,6 bilhões, que devem ser consumidos até 2025. “Esse recurso multiplica a capacidade em aproximadamente nove vezes, ou seja, a cada bilhão que o BNDES está colocando ele está viabilizando 9 bilhões de crédito”, disse o diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu.
Em relação ao setor agropecuário, a linha de financiamento em dólar foi ampliada em R$ 4 bilhões, totalizando R$ 8 bilhões para agricultores e pecuaristas que exportam. “Essa linha em dólar é um sistema muito inteligente porque o Brasil exportou US$ 347 bilhões esse ano [2023]. Então esse setor exportador ele tem o recebível em dólar, quando ele pega uma linha indexada ao dólar ele não tem risco. A dívida está em dólar, mas o que ele vai receber está em dólar, então ele está protegido”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.