Boeing planeja comprar Embraer, diz jornal
Bolsa de NY suspendeu temporariamente ações da Embraer após notícia
Economia|Do R7, com Reuters
A norte-americana Boeing Co conversou com a Embraer sobre uma possível aquisição da fabricante de aeronaves brasileira, informou o Wall Street Journal nesta quinta-feira (21), citando pessoas familiarizadas com o assunto.
A Boeing e a Embraer estão discutindo um acordo que envolveria um prêmio relativamente grande para a Embraer, informou o WSJ.
As duas companhias estariam aguardando uma posição do governo brasileiro, que tem poder de vetar o negócio ou permitir a que a aquisição vá adiante, acrescenta o jornal.
A compra seria a maior da Boeing desde a aquisição da McDonnell Douglas, em 1997.
As ações da Embraer negociadas na bolsa paulista entraram em leilão, após subirem 2,55%, a R$ 16,91, na máxima do dia.
A bolsa de Nova York suspendeu temporariamente os negócios com as ações da Embraer após a divulgação da notícia. Às 15h03, os papéis da companhia subiam 27,9%, a US$ 25,57.
Especulações de que as duas empresas poderiam se associar de alguma forma começaram a circular em outubro, após suas principais concorrentes - a europeia Airbus e a canadense Bombardier -- terem fechado uma parceria no programa de jatos CSeries.
A Boeing e a Embraer já trabalham em projetos, incluindo segurança de pistas de decolagem e combustíveis alternativos para jatos. A parceria se intensificou nos últimos anos para incluir o compromisso da Boeing com vendas conjuntas e a apoio à aeronave militar KC-390 da Embraer.
A empresa brasileira é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo — atrás de Boeing e Airbus. E líder no segmento de aeronaves com até 130 assentos.
A principal estrela da Embraer é o E-Jet, que completou 1.400 unidades entregues no começo deste ano.
A companhia também se destaca na produção de jatos executivos. Atualmente, a Embraer possui presença nas Américas, Europa, Ásia e África.
"Criada em 1969 pelo governo brasileiro e privatizada em 1994, a Embraer tem se mantido um orgulho nacional e um exemplo de eficiência e inovação em um país baseado em commodities", disse a agência de notícias Bloomberg.
A Embraer e a Boeing ainda não se pronunciaram oficialmente após a divulgação da notícia.