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Bolsa salta mais de 3% após inflação subir menos do que o esperado

Se confirmada, alta do índice pode ser a maior desde 3 de outubro de 2022, dia seguinte ao primeiro turno das eleições

Economia|Do R7

Ibovespa opera acima dos 105 mil pontos
Ibovespa opera acima dos 105 mil pontos

O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, avançava nesta terça-feira (11), após a desaceleração mais forte do que o esperado da inflação oficial em março, que alimenta expectativa de um alívio monetário mais cedo, enquanto a equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca entregar a proposta final da nova regra fiscal ao Congresso nesta semana.

Às 11h21, o Ibovespa subia 3,49%, a 105.405,52 pontos, buscando a segunda alta consecutiva. Se fechar com esse desempenho, será o maior ganho percentual em um dia desde 3 de outubro de 2022, quando fechou com salto de 5,5% no dia seguinte ao primeiro turno das eleições no país. O volume financeiro no pregão somava R$ 9,2 bilhões.

O IPCA subiu 0,71% em março, depois de ter avançado 0,84% em fevereiro, mostraram os dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira. Em 12 meses, acumulou aumento de 4,65%, contra 5,60% antes, a variação foi a mais baixa e marcou a primeira vez que o índice ficou abaixo de 5% desde janeiro de 2021. Ambos os dados foram menores que as expectativas.

Na visão de Tiago Cunha, gestor de ações da Ace Capital, a desaceleração da inflação combinada com a convergência das expectativas são as variáveis que faltam para dar um fôlego na bolsa paulista, uma vez que abririam espaço para perspectivas de um corte de juros mais cedo.


Cunha destacou que recentemente o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, apontou que as expectativas é que levam à queda da Selic, não o arcabouço fiscal diretamente. Na véspera, pesquisa Focus já havia mostrado manutenção das projeções no mercado para o IPCA em 2025 e 2026.

Estrategistas tem apontado que um alívio na taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, é essencial para uma melhora mais sustentável das ações brasileiras, principalmente daquelas sensíveis à economia interna. Até o momento, a previsão entre analistas do mercado financeiro é de queda apenas no segundo semestre.


Da cena fiscal doméstica, há expectativa de que o texto da nova regra fiscal seja encaminhado ao Congresso até o final da semana, após sinalização do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera. Ele embarcou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira para a China.

Dados da B3 também mostram estrangeiros voltando para a bolsa paulista, com saldo positivo em 655,5 milhões de reais em abril até a última quinta-feira, após as vendas superarem as compras em fevereiro e março. No primeiro mês do ano, houve entrada líquida de 12,55 bilhões de reais.


No exterior, Wall Street não mostrava uma direção única, com investidores à espera de um dado de inflação ao consumidor nos Estados Unidos na quarta-feira, que pode determinar os próximos movimentos de política monetária do Federal Reserve. O S&P 500 rondava estabilidade.

Destaques

- AREZZO ON avançava 6,48%, a R$ 67,71, com o setor de varejo como um todo se beneficiando do noticiário mais favorável sobre a inflação. LOJAS RENNER ON valorizava-se 6,14%, a R$ 16,41, e GRUPO SOMA ON tinha elevação de 8,36%, a R$ 8,3.

- HAPVIDA ON subia 6,81%, a R$ 2,51, encontrando respaldo no bom humor generalizado na bolsa paulista, que ainda puxava para cima outras ações do setor de saúde, com QUALICORP ON em alta de 6,93%.

- GOL PN valorizava-se 11,2%, a R$ 6,75, seguindo o viés positivo no setor de consumo, em movimento reforçado pela forte queda do dólar em relação ao real. AZUL PN ganhava 9,82%, a R$ 11,85.

- YDUQS ON mostrava acréscimo de 9,37%, a R$ 7,94, tendo também como pano de fundo autorização do MEC (Ministério da Educação) para a dona de marcas como Estácio e Ibmec expandir o curso de graduação em medicina na Faculdade Estácio de Alagoinhas, na Bahia, de 65 para 118 vagas ao ano.

- COPEL PNB avançava 4,74%, a R$ 7,51, após novos passos na direção da desestatização da elétrica - a homologação de acordo de conciliação de R$ 1,7 bilhão entre o Itaú Unibanco e o Estado do Paraná envolvendo a companhia, bem como a definição de que a Copel terá de pagar R$ 3,72 bilhões para renovar concessões hidrelétricas.

- VALE ON subia 5,39%, a R$ 82,45. O contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com alta de 1,5%, a 798,50 iuans (115,97 dólares) a tonelada. Em Cingapura, o contrato de referência subiu 1,7%.

- PETROBRAS PN valorizava-se 2,86%, a R$ 25,21, embalada pelo otimismo generalizado na B3, com o contrato de petróleo Brent em alta de 0,68% no exterior, a US$ 84,75 o barril.

- ITAÚ UNIBANCO PN tinha elevação de 3,12%, a R$ 25,44, também contagiado pelo viés mais comprador no pregão paulista, com BRADESCO PN subindo 3,57%, a R$ 13,65.

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