Economia Brasil registra saldo comercial positivo de US$ 8,1 bi em abril

Brasil registra saldo comercial positivo de US$ 8,1 bi em abril

Resultado da balança comercial é o segundo melhor para o mês da série histórica iniciada em 1998, perdendo só para 2021

Reuters
Navio cargueiro descarrega soja no Porto de Paranaguá (PR)

Navio cargueiro descarrega soja no Porto de Paranaguá (PR)

Rodolfo Buhrer/Reuters-03/12/2020

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,148 bilhões em abril, informou o Ministério da Economia nesta quinta-feira (5), em mês marcado por forte aceleração de preços dos produtos e redução dos volumes comercializados com o exterior.

O resultado positivo é o segundo melhor para o mês da série histórica iniciada em 1998 com dados ajustados, perdendo apenas para o saldo de abril de 2021, que ficou positivo em US$ 9,963 bilhões.

O dado veio abaixo da expectativa de mercado, que apontava saldo positivo de US$ 9,726 bilhões para o período.

O número do mês passado é resultado de US$ 28,902 bilhões em exportações, que cresceram 16,7% em relação a abril de 2021, e US$ 20,754 bilhões em importações, que registraram uma alta mais forte, de 35,7%.

Do lado das vendas brasileiras ao exterior, houve uma aceleração de 19,9% no preço médio dos produtos exportados, enquanto a quantidade vendida caiu 8% no período.

"Acreditamos que essa redução de volumes em abril seja pontual, não uma tendência. Tivemos um mês com menos dias úteis, vários feriados, o que afeta os embarques", disse o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão.

Ele destacou que a corrente de comércio de abril, de US$ 49,656 bilhões, foi a maior para o mês da série histórica. As exportações também representaram recorde para o mês.

No recorte por setor, houve crescimento de 35,0% nas exportações da indústria de transformação e de 12,7% na agropecuária. A indústria extrativa teve valor médio reduzido em 10,2%.

A Ásia seguiu reforçando as compras do Brasil, ampliando sua participação nas exportações de 47,0% do total em abril de 2021 para 52,5% no mês passado. A fatia da América do Norte caiu de 13,6% para 12,4%, enquanto a Europa teve queda de 17,9% para 17,5%, e a América do Sul, de 11,5% para 9,4%.

Nas importações, os preços médios saltaram 34,4%, ao passo que a quantidade comprada recuou 6,9%. Houve aceleração nos valores médios importados em todos os setores, 58,1% na indústria extrativa, 35,5% na indústria de transformação e 33,0% na agropecuária. A divulgação das informações, inicialmente prevista para a segunda-feira desta semana, foi feita com atraso por conta da operação-padrão de servidores que pressionam o governo por reajustes salariais.

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o saldo comercial ficou em US$ 19,947 bilhões, recorde para o período, resultado de US$ 101,185 bilhões em exportações e US$ 81,238 bilhões nas importações.

Na divulgação dos dados de março, o Ministério da Economia revisou fortemente a projeção para o resultado da balança em 2022, impulsionada por melhor perspectiva para as exportações. De acordo com a estimativa da pasta, o saldo comercial do ano deve ficar positivo em US$ 111,6 bilhões ante projeção de US$ 79,4 bilhões feita em janeiro.

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