Chefia do Banco Central vê 'clima insustentável' sem perspectiva de reajuste salarial aos servidores
Em carta encaminhada a Roberto Campos Neto, os chefes de departamento e de gabinete alertam para impactos negativos nas atividades da autoridade monetária
Economia|Do R7
Em carta encaminhada ao presidente Roberto Campos Neto e à diretoria do BC (Banco Central), chefes de departamento e de gabinete da autoridade monetária afirmaram que a ausência de uma previsão de reajustes salariais para os servidores cria um ambiente "insustentável", "com impactos extremamente negativos nas atividades" da instituição.
Sem propostas de reajustes que solucionem perdas inflacionárias e assimetrias, a gestão do BC fica inviabilizada, alertaram os chefes, citando a dificuldade de reter pessoal e manter a produtividade. "Ficam, assim, inviáveis as entregas da agenda BC# e das demais iniciativas estratégicas desta Casa", diz o documento, com data de terça-feira (8).
Os servidores do BC estão em greve desde o início de maio, pela segunda vez no ano, o que tem afetado a divulgação de uma série de indicadores econômicos e também a prestação de serviços pela autarquia.
Na carta, os servidores do BC afirmam que uma minuta de Medida Provisória apresentada pela autarquia na última sexta-feira traz avanços importantes, mas não trata da recomposição salarial.
"Dessa maneira, entendemos que é fundamental a reinserção imediata da retribuição por produtividade institucional na minuta de MP e o patrocínio perseverante em seu trâmite", diz a carta, assinada por 47 chefes.
Apesar de ter obtido autonomia operacional, o BC não é administrativamente autônomo e as decisões sobre reajustes salariais dependem de liberação orçamentária pelo governo federal. Na terça-feira (7), Bolsonaro disse que tudo indica que não será possível dar reajuste a servidores neste ano.