Ciclo de alta da taxa de juros deixa financiamento de carro popular R$ 13 mil mais caro em um ano e meio
Evolução de 11,75 pontos percentuais da Selic desde março de 2021 eleva para R$ 71.573,23 valor final de um veículo de R$ 40 mil pago em 60 prestações
Economia|Do R7
A decisão do BC (Banco Central) de elevar a taxa básica de juros em 11,75 pontos percentuais, de 2% para 13,75% ao ano, para conter o avanço da inflação nos últimos 18 meses encareceu as linhas de crédito e dificultou o acesso dos brasileiros a alguns bens duráveis.
De acordo com projeções apresentadas pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), no intervalo de um ano e meio, o financiamento de um automóvel popular de R$ 40 mil disparou R$ 13.107,83.
O cálculo leva em conta uma dívida a ser paga em 60 meses. Inicialmente, com a Selic em 2% ao ano, a taxa mensal para a quitação do carro novo ficava em 1,34%, com cada pagamento no valor de R$ 974,42. Ao fim do período, o valor total desembolsado era de R$ 58.465,40.
Nos dias atuais, a evolução da taxa básica de juros aumentou o índice mensal cobrado pelo financiamento do mesmo automóvel para 2,15%. Com isso, cada uma das 60 prestações subiu R$ 218,46, para R$ 1.192,89, totalizando R$ 71.573,23.
Geladeira
As simulações também apresentam os efeitos da elevação da taxa Selic no comércio. Segundo a Anefac, o crediário de uma geladeira no valor de R$ 1.500, a ser pago em 12 meses, ficou R$ 83,67 mais caro desde março de 2021.
O cálculo leva em conta a elevação da taxa mensal do crediário de 4,66% para 5,39%, o que eleva o valor das parcelas de R$ 166,01 para R$ 172,98 (+R$ 6,97). Ao finalizar o pagamento, o preço pago pelo item da linha branca será de R$ 2.075,77, ante o desembolso de R$ 1.992,10 necessário para comprar o mesmo item quando a Selic figurava em 2% ao ano.
Crédito bancário
Para os clientes bancários, o impacto da alta de 11,75% da taxa básica de juros da economia nacional deixou o uso do rotativo do cartão e do cheque especial mais caro para os consumidores e as empresas.
A simples utilização de R$ 1.000 do cheque especial pelo período de 20 dias agora resulta em uma dívida de R$ 53,80. Há um ano e meio, o pagamento adicional era de R$ 47,33, valor R$ 6,47 menor.
No caso do uso de R$ 3.000 no rotativo do cartão de crédito, a taxa mensal a ser cobrada passou de 11,2% para 14,2%, o que eleva o valor cobrado pelos juros no período em R$ 93,30, de R$ 335,70 para R$ 429.
Já para aqueles que precisam recorrer a um empréstimo bancário no valor de R$ 5.000 a ser pago em 12 meses, a trajetória de alta da Selic aumenta em R$ 356,22 o valor final necessário para a quitação das parcelas, que passaram de R$ 507,72 para R$ 537,47, totalizando R$ 6.448,90.