CNI aposta em alta de 9% no PIB brasileiro no terceiro trimestre
Comparação se dá em relação aos três meses anteriores, de abril a junho, nos quais atividades econômicas foram paralisadas pela pandemia de covid
Economia|Do R7
Uma projeção da CNI (Confederação Nacional da Indústria) espera crescimento forte da economia no terceiro trimestre de 2020, mas um pouco mais lento nos últimos três meses do ano.
A entidade prevê crescimento de 9% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro entre julho e setembro, na comparação com os três meses anteriores, os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus.
O PIB industrial deve crescer 10% nessa mesma comparação.
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Em nota, a confederação alerta que a retomada não será capaz de reverter a queda anual na quantidade de bens e serviços produzidos no país. De acordo com a CNI, a economia nacional deve encolher 4,2% em 2020.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explica que a recuperação da crise está sendo rápida, mas não se pode falar em retomada do crescimento econômico.
Para Andrade, o crescimento econômico acima do patamar pré-pandemia não está garantido. A redução dos estímulos adotados para a economia atravessar o período mais agudo da crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus terá um efeito contracionista relevante e, se ocorrer de forma apressada, tende a prejudicar a recuperação, com impacto no consumo e no emprego.
“Antes da crise, o país mostrava falta de competitividade, por isso, sem avanços na agenda de reformas, em especial da tributária, a economia brasileira não sairá da armadilha da renda média”, afirma.
Para ele, a reforma tributária deveria ser tratada como prioridade pelo governo federal.
“A questão que se põe, neste momento, é como acelerar essa retomada, adotando medidas para estimular um crescimento mais vigoroso e sustentado ao longo do tempo, com investimentos e criação de empregos”, diz o presidente da CNI.
“O sistema tributário brasileiro é, dentro os fatores do Custo Brasil, o que mais pesa na competitividade das empresas e do país. Sem uma reforma, esse obstáculo não será vencido”, explica.
Em suas projeções, a CNI também estima que mais pessoas consigam se reinserir no mercado de trabalho e que a taxa média de desocupação fique em 13,5%, em 2020, 1,6 ponto percentual acima do registrado em 2019, quando alcançou 11,9% da força de trabalho.
Para o diretor de desenvolvimento industrial da CNI. Carlos Abijoadi, a crise deve persistir no próximo ano, porque a economia vai sentir o impacto das perdas dos benefícios dados pelo governo federal.
Como resolver o problema? Aprovando no Congresso Nacional reformas estruturais, como a tributária, que ajudem a destravar os investimentos e impulsionem assim a retomada do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.