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Com crise na Petrobras, pequenos acionistas perdem até metade dos investimentos

Para consultor, queda nas ações é boa oportunidade para investir a longo prazo

Economia|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília

Valor de mercado da estatal caiu quase 50% nos últimos anos
Valor de mercado da estatal caiu quase 50% nos últimos anos

O analista de sistemas William Lopes comprou R$ 8.000 em ações da Petrobras há dois anos. Na época, ele acreditava fazer o investimento mais rentável e seguro possível, após se informar com especialistas e investidores.

Mas nem todo cuidado foi suficiente. Após a queda do lucro da estatal, desvalorização do patrimônio e crises políticas envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, as ações de Lopes valem hoje cerca de R$ 5.400 — desvalorização de 30%. 

— Eu tenho esperança de que as ações vão voltar [ao preço] ao normal. Como fiz um investimento a longo prazo, não estou fazendo nenhum movimento, vamos esperar. O que eu tenho lá eu não vendi e continuo na esperança de minimizar, pelo menos, o prejuízo.

Lopes é um entre milhares de investidores que assistem com temor, desde 2011, ao sobe e desce da maior empresa brasileira.


Em 2010, a Petrobras era a empresa mais valiosa da América Latina, valendo R$ 380 bilhões. Mas, desde então, perdeu cerca de 50% do seu valor de mercado, avaliado hoje em R$ 179 bilhões. 

De 2010 para cá, o lucro da estatal também minguou. Há quatro anos, registrava ganhos anuais de R$ 35,19 bilhões, mas fechou 2013 com lucro de R$ 23,57 bilhões. 


Segundo o professor de economia e finanças das Faculdades Rio Branco, Carlos Stempniewski, o cenário era difícil de ser previsto.

— Não é uma designação correta dizer "ausência de risco". [A Petrobras] é uma empresa que tem riscos como qualquer outra. O que ninguém contava é que ela tivesse um risco de gestão tão alto, e é o que está parecendo agora com essa questão de CPIs etc. Não tem, como investidor, prever uma gestão de tão má qualidade assim. 


Quedas acentuadas

Com a movimentação, muitos investidores viram as suas aplicações tendo quedas mais expressivas que 30%. A Hpn Invest, por exemplo, gerencia a carteira de ações da Petrobras de cerca de 7.000 investidores.

Segundo o gestor de câmbio da companhia, as ações de grandes investidores chegaram a perder 50% a 60% do valor de mercado. Já a média entre os pequenos acionistas ficou em torno de 17% a 20%. 

O administrador Tiago Martins perdeu até agora 53% dos R$ 6.700 que investiu em 2010. 

— No meu caso não é uma quantia alta, mas para quem faz isso como uma aposentaria, imagino o quanto perderam. Eu investi algumas vezes em ações, sem muito estudo, mas era meio que uma brincadeira, totalmente especulativo. [Após a desvalorização], resolvi deixar o valor investido para não correr risco, para ter um rendimento diversificado.

Analisando o resultado quatro anos depois do início dos investimentos, Martins é pessimista.

— Não tem quase nada lá, não conto mais com esse dinheiro, para mim o valor é muito baixo.

Sem maiores esperanças, Lopes definiu um prazo final: ele vai seguir as recomendações de um consultor e esperar até outubro.

— Estou ansioso e acompanhando [o mercado]. O que o governo está fazendo está fora do plano da empresa. Aguardo mesmo é minimizar [os prejuízos], nem acredito mais em ter o valor integral. Até as eleições, dependendo do que for, pretendo tirar o dinheiro e investir em novos papéis. Se continuar esse governo, o receio do mercado é que a empresa se desvalorize mais. 

Notícia boa

Mas a desvalorização da empresa tem um "lado positivo", segundo analistas. A queda das ações representa uma boa oportunidade para novos investidores aplicarem o dinheiro e “esquecer”. Segundo o gestor de câmbio da Hpn Invest, Paulo Brito, como investimento de longo prazo, comprar ações agora é um bom negócio.

— Alguns clientes estão aproveitando para realizar novas compras, porque visam mais a longo prazo. Para eles, uma possível mudança de governo vai permitir que a Petrobras respire um pouco mais aliviada. Para alguns investidores, a queda tem sido boa, uma oportunidade de compras. Quem não é pretenso ao risco prefere outros métodos.

Para minimizar a queda ou tentar vender as ações antes que o barco afunde mais, o gestor sugere Lançamento Coberto de Opções. Esse modelo é uma estratégia usada por investidores mais conservadores para trabalhar com renda variável, como ações de empresas. Ela limita o ganho, mas protege contra prejuízos.

Pelo Lançamento Coberto de Opções, o investidor compra a ação e vende a opção de compra. Uma opção é um direito de comprar uma ação em uma determinada data, a um determinado valor. Normalmente, quem vende uma opção acredita que a ação vai cair, caso de quem opta por essa estratégia acreditando em mais queda na Petrobras.

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